Neste fim de semana foi inaugurada a exposição “África Aqui Agora” no Sesc Quitandinha, que conta com o trabalho de oito artistas atuantes e de grande projeção no cenário carioca no que diz respeito a obras que retratem a africanidade no Brasil e no mundo. A mostra, que segue até o dia 31 de janeiro com entrada gratuita, integra o “ÍMÓ: o despertar da consciência”, evento com o qual o Sesc Rio está celebrando o Mês da Consciência Negra em suas unidades no estado.
A exposição é composta por 70 peças assinadas por Alexandre Mury, Arjan Martins, Claudio Kfé, Edu Monteiro, Francisco Moreira da Costa, Junior de Odé, Lena Martins e Wuelyton Ferreiro. Elas foram elaboradas em diversas linguagens, com predominância daquelas derivadas de matrizes culturais africanas. Há pinturas, esculturas, fotografias e objetos elaborados com ferro, madeira, fios de conta, tecidos, entre outros.
Segundo o artista plástico e curador Roberto Conduru, a ideia foi reunir diferentes visões sobre a africanidade e a afro-brasilidade, com destaque para os legados da diáspora. Como resultado, a mostra ressalta como os temas permeiam o ambiente cultural no Rio de Janeiro, numa representação da cultura africana no Brasil que muitas vezes é ofuscada pela força da produção artística baiana.
“A África não é um lugar remoto. Está próxima. Não existe somente na outra margem do oceano Atlântico. Acontece também no lado de cá. E não apenas longe, na Bahia. Porque ao menos desde a década de 1930, as artes plásticas foram convocadas a colaborar no processo que tenta instituir a Bahia como o lugar da África no Brasil. Mas a África também está aqui. Não se pode esquecer a africanidade que mobiliza e fundamenta o trabalho de vários artistas atuantes no Rio de Janeiro há algum tempo”, observa Conduru.
As peças estão à mostra no Salão Dom Pedro do Palácio Sesc Quitandinha. Além da visitação livre, o Sesc Quitandinha oferece visitas guiadas para escolas. Interessados podem agendar pelo telefone (24) 2291-4465.
