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Saúde

A importância do planejamento da gravidez após a epidemia do Zika Vírus

O verão foi marcado pela epidemia nacional das doenças relacionadas ao mosquito Aedes Aegypti: dengue, chikungunya e zika. Há nove meses circulando pelo Brasil, o zika vírus foi o que causou mais alarde, principalmente entre as mulheres, uma vez que o Ministério da Saúde confirmou a relação do vírus com a microcefalia (condição rara em que o bebê nasce com o crânio do tamanho menor do que o normal). Ainda não existe vacina de combate a doença e sobram dúvidas, principalmente em relação aos riscos durante a gravidez. Em Petrópolis, de acordo com dados fornecidos pelo município, há 25 gestantes com suspeita de terem contraído o zika vírus. Com a chegada da nova estação, em que a temperatura começa a cair e o risco de proliferação do mosquito diminui os especialistas ainda orientam: não é momento para engravidar. O diretor médico e infectologista do Laboratório de Corrêas, Antônio Luis Chaves Gonçalves aconselhou as mulheres que planejam ter um filho que esperem até que o cenário da saúde se estabilize.

“Estamos lidando com uma doença nova, ainda não há muita informação sobre o zika vírus e o caso se agravou quando houve a confirmação da relação do vírus com a microcefalia. Então o que aconselhamos é que as mulheres adiem por enquanto os planos de engravidar. Nós sabemos que há um alto índice de gravidez não planejada e a orientação é que essas mulheres se engravidarem que façam o pré-natal e fiquem atentas, pois ao final da gestação ela poderá enfrentar uma nova epidemia na primavera. Já as grávidas que tiveram Zika precisam continuar realizando o acompanhamento médico até o final da gestação”, alertou.

O Ministério da Saúde divulgou que cerca de 80% das pessoas que tiveram o zika vírus não apresentaram sintomas, que são: manchas vermelhas na pele, coceira, vermelhidão nos olhos, febre, indisposição e em alguns casos, dor nas articulações. Por conta disso, Antônio explicou a importância das grávidas realizarem o acompanhamento médico e se prevenirem até o final da gestação.  “Ano que vem provavelmente vamos ter mais informações sobre o vírus, saber qual a população de risco para desenvolvimento da microcefalia, qual a fase da gestação é mais perigosa, pois nem todas as mulheres que tiveram zika geraram filhos com a microcefalia”, informou.

A prevenção: diminuir os focos de proliferação do mosquito

O combate ao Aedes Aegypti começa dentro de casa, com medidas que evitam a proliferação do mosquito transmissor. Para facilitar o controle, os moradores devem permitir que os agentes sanitários realizem as inspeções. Os principais locais de depósitos de larvas são os chamados depósitos móveis, que são vasos, frascos, pratos, pingadeiras e bebedouros, entre outros. Com a proximidade do verão, aumenta a preocupação com os casos de dengue, por conta disso, a chegada do outono é o momento ideal para acabar com os focos de proliferação. O médico e infectologista do Laboratório de Corrêas explicou ainda que esse é o momento de nos prepararmos para evitarmos uma nova epidemia em outubro.

“As temperaturas já estão abaixo dos 17 graus, então a proliferação do mosquito não acontece, pois a temperatura não está adequada para a transformação em larvas e, consequentemente, em mosquitos. Mas esses ovos ficam nesta superfície secos e viáveis. Em setembro a temperatura vai começar a se elevar novamente, então as ações de combate ao mosquito não devem diminuir com a chegada do inverno e sim se intensificar para evitarmos uma nova epidemia daqui uns meses”, salientou.

O laboratório tem uma grande participação na avaliação e confirmação do diagnóstico de dengue através do teste rápido, que detecta a presença de anticorpos IgM/IgG, ou mesmo o teste do antígeno NS1 que diagnostica a dengue entre o 1º e o 5º dia da doença, sendo o resultado liberado em até 60 minutos nas unidades de emergências localizadas no Hospital Unimed Bingen, em Petrópolis e no Hospital São José, em Teresópolis. “A dengue mata se não for tratada precocemente, a zika tem esse problema gravíssimo da microcefalia, a chikungunya pode produzir um reumatismo muito grave que pode durar meses”, finaliza.

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