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Saúde

Dia Mundial Sem Tabaco alerta para a prevenção de doenças

Nesta terça-feira (31) é comemorado o Dia Mundial Sem Tabaco para alertar a sociedade em geral e os fumantes para os principais males causados pelo cigarro. Criado em 1987 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) essa é uma forma de chamar a atenção na intenção de reduzir o número de mortes e problemas na saúde. O tabaco mata quase 6 milhões de pessoas por ano. Destas, mais de 600 mil são fumantes passivos, ou seja, pessoas que não fumam, mas convivem com fumantes. Se nada for feito, estão previstas mais de 8 milhões de mortes por ano a partir de 2030.

Ainda de acordo com pesquisas da OMS, no Brasil existem 27,9 milhões de fumantes, consumindo 110 bilhões de cigarros por ano, acrescidos de 48 bilhões procedentes de contrabando. Além disso, no país são registrados cerca de 200 mil óbitos por ano, por conta desse vício.

“O tabagismo deve ser entendido como uma doença crônica, devido à dependência da droga nicotina, e, portanto, todos os fumantes devem ser orientados a deixar de fumar por profissionais de saúde. Pesquisas mostram que cerca de 80% dos fumantes desejam parar de fumar, porém apenas 3% conseguem a cada ano”, explica Carlos Gazanego, médico de Família e Comunidade, que atua no posto Boa Vista, unidade gerida pela FMP/Fase.

O médico ressalta que ao tomar a decisão de parar de fumar, a pessoa precisa entender o comportamento do organismo, pois ao não receber a droga, ele irá ter reações muito fortes, especialmente nos primeiros dias, o que leva muitas pessoas a desistir de largar o vício.

“As toxinas do cigarro permanecem por alguns dias ainda no organismo, por isso é essencial que o ex-fumante beba muita água, para desintoxicar. Na dieta, também é importante acrescentar frutas e sucos desintoxicantes, como a maçã, o abacaxi, a laranja, o limão etc. Várias plantas medicinais podem ajudar a aliviar a tensão, o estresse e a depressão em pessoas que querem parar de fumar”, destaca o médico.

A vontade de fumar (“fissura”) não dura mais que cinco minutos. Nesses momentos, para ajudar a aliviar o desejo, é aconselhável chupar gelo, comer gengibre, cravo, goma, balas de mentol ou hortelã, escovar os dentes, beber água gelada ou comer uma fruta. Importante, ainda, praticar técnicas de relaxamento e exercícios respiratórios. Além disso, manter as mãos ocupadas com um elástico, pedaço de papel, manusear objetos pequenos e não ficar parado são dicas importantes para vencer essa etapa de largar o vício.

“O cigarro é um fator de risco para doenças coronarianas. Desta forma, quem fuma há muito tempo e resolve praticar atividades físicas pode ficar exposto ao risco de um infarto. Para começar a fazer atividade física, o fumante deve primeiro fazer um check-up cardiovascular e pulmonar. Nesse sentido, para a prática de atividade física trazer benefícios significativos à saúde é necessário que ela não esteja associada ao hábito de fumar. O ideal é praticar exercícios pelo menos durante 30 minutos, todos os dias, ou 1 hora e meia, três vezes por semana”, alerta o médico.

O tabagismo e o câncer

O tabaco também está fortemente envolvido em seis dos dez tumores mais comuns no Brasil, num total de incidência relacionada ao fumo de 141 mil brasileiros. Dos mais comuns e, que possuem grande relação com o tabagismo, estão os cânceres de pulmão, estômago e cavidade oral, havendo participação também no câncer de reto, mama e colo de útero. Além disso, são gerados outros danos à saúde como bronquites, aumento das infecções pulmonares, enfisemas, doença cardiovascular e mais de uma dezena de doenças graves.

“Além dos males causados a pessoa que fuma, temos muitas doenças relacionadas ao fumante passivo que tem quatro vezes mais chance de ter câncer de pulmão do que a pessoa que nunca teve contato com o tabaco. E, além disso, o feto de mãe fumante sofre muito, sendo comum o baixo peso e até a síndrome de abstinência ao tabaco após o nascimento”, conta o médico Bernardino Alves Ferreira, oncologista integrante do corpo clínico do Centro de Terapia Oncológica – CTO.

Desde o fim da década de 1960, o câncer é a segunda causa de óbito no Brasil, ficando atrás somente das doenças cardiovasculares. A incidência dos tumores vem aumentando drasticamente por vários motivos e o grande vilão dessa história é o tabagismo, a maior causa possível de prevenção, responsável por 30% dos óbitos por câncer. De acordo com o INCA, Instituto Nacional do Câncer, são esperados, em 2016 no Brasil, quase 520 mil novos casos de câncer.

A fumaça do cigarro tem mais de 4.700 substâncias altamente poluidoras do ar ambiente. Outras formas de tabaco são cachimbos, charutos, cigarrilhas, dentre outros, que ocasionam os mesmos estragos à saúde e  ao meio ambiente que o cigarro. Mastigar fumo de rolo também aumenta a incidência de câncer da cavidade oral, esôfago e estômago sendo importante lembrar que a maconha também é um agente cancerígeno.

Todo o esforço para dificultar as pessoas a começarem a fumar é importante assim como orientar, acolher e tratar o fumante que deseja abandonar esse vício. Hoje existem acompanhamentos e tratamentos que vão desde as mudanças de hábitos de vida até apoio psicológico e medicamentoso, que chegam a alcançar 70% de sucesso no abandono do tabagismo.

“Parar de fumar é o ideal, mas diminuir também leva a algum alívio para a saúde, especialmente a cardiovascular, mas fumar mesmo que seja pouco é muito ruim. Então parar é o fundamental, muitas vezes não é simples, mas hoje temos muitas formas de ajuda para isso, incluindo programas vinculados ao SUS com participação efetiva e eficaz do município”.

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