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Coluna Literária

[Coluna literária] “Clube da luta” – Chuck Palahniuk

A primeira regra do Clube da Luta é que você não fala sobre o Clube da Luta. A segunda regra do Clube da Luta é que você não fala sobre o Clube da Luta. A terceira regra é que quando alguém diz “pare” ou fica desacordado, mesmo que esteja fingindo, a luta acaba. A quarta regra diz que são apenas duas pessoas por luta. A quinta regra é que é uma luta por vez. A sexta regra é que é sem camisa e sem sapatos. A sétima regra é que as lutas duram o quanto tiverem que durar.

Considerado um clássico desde a sua publicação em 1996, a obra-prima de Palahniuk nos apresenta um funcionário público insatisfeito com seu emprego e com o consumo desenfreado promovido pela mídia, que encontra alívio e redenção após horas de lutas em clubes escondidos nos porões de bares. O clube da luta é idealizado por Tyler Durden, que acredita ter encontrado uma forma de viver fora dos limites da sociedade e suas regras sem sentido.

Um traço comum em todas as obras do autor é a crítica ao consumismo, à mídia, à religião e a frustração das vidas nessas sociedades modernas. Então, a obra acaba sendo o ápice de toda essa frustração que vai culminar em atos revolucionários e anárquicos. O tom da narrativa é a desesperança com o sistema vigente que é tão grande, que por trás de toda violência e atos repugnantes que nos são apresentados, sobressaem-se a melancolia e o desespero desse jovem funcionário público, cuja resposta para tudo isso é a destruição.

“O que Tyler fala sobre sermos o lixo e os escravos da história é como me sinto. Queria destruir todas as coisas conitas que nunca tive. Queimar a floresta tropical amazônica. Bombear CFC direto para a camada de ozônico. Abrir as válvulas de descarga dos tanques dos superpetroleiros e destampar as plataformas de petróleo em alto-mar. Queria matar todos os peixes que não consigo comprar para comer e sujar as praias francesas que nunca verei.”

A história ganhou uma adaptação cinematográfica com Brad Pitt e Edward Norton que também se tornou um imenso sucesso. Mesmo tendo visto o filme antes de ter lido livro, aconselho a leitura, até porque os finais são diferentes. Claro que parte da graça está naquela revelação inesperada, mas mesmo sabendo deste detalhe, é interessante perceber os sinais que o autor vai deixando no decorrer da leitura que vão culminar naquela descoberta.

Enfim, é um livro incrível, mind-blowing, que rende altas análises e é muito marcante. É daqueles que você vai querer recomendar para todo mundo e, por isso, quis fazer o mesmo por vocês. Leiam e vejam o filme!

“A propaganda faz essas pessoas irem atrás de carros e roupas de que elas não precisam. Gerações têm trabalhado em empregos que odeiam para poder comprar coisas de que realmente não precisam. – Não temos uma grande guerra em nossa geração ou uma grande depressão, mas na verdade, temos, sim, é uma grande guerra de espírito. Temos uma grande revolução contra a cultura. A grande depressão é a nossa vida. Temos uma depressão espiritual.”

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Marianne Wilbert

Jornalista, pós-graduada em mídias digitais.
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