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História

[Você sabia?] A primeira exibição de filme brasileiro em território nacional aconteceu em Petrópolis

Em julho de 1896, na Rua do Ouvirdor – Rio de Janeiro, foi realizada a primeira exibição de cinema no Brasil. Lá também foi inaugurada a primeira sala fixa destinada à sétima arte, porém, a primeira exibição de um filme produzido e dirigido no país aconteceu na Cidade Imperial, no Teatro Cassino Fluminense (onde hoje é o Edifício Profissional).

Crédito: Foto de FRÓES, José Kopke, 1902-1992 adquiriada pelo Museu Imperial/Ibram/MinC, disponível no Arquivo Histórico - Iconografia (CF)
Teatro Cassino Fluminense (Crédito: Foto de FRÓES, José Kopke, 1902-1992 adquirida pelo Museu Imperial/Ibram/MinC, disponível no Arquivo Histórico – Iconografia)

No Teatro Cassino foram exibidos: “Uma artista trabalhando no trapézio do Politeama”, “Chegada do trem em Petrópolis” e “Bailado de crianças no Colégio do Andaraí” e, na sessão de 6 de maio seguinte, mais uma fita nacional “Ponto terminal da linha de bonde de Botafogo vendo-se os passageiros subir e descer”.

Segundo informações do site Cine Eterno, o curta “Bailado de Crianças do Colégio, no Andaraí”, com direção do empresário Vittorio Di Maio, foi apresentado pela primeira vez no Teatro Cassino no dia 1º de maio de 1897, num evento histórico, pois esta sessão de filmes é considerada a primeira apresentação de filmetes de nacionalidade brasileira em território nacional.

Também com direção de Di Maio, “Chegada do Trem em Petrópolis” foi lançado no mesmo dia. Tratava-se de um curta-metragem de documentário, mudo, e em preto e branco, que mostrava a chegada de trem na estação de Petrópolis.

Já “Um Artista Trabalhando no Trapézio do Politeama”, também era um curta-metragem, estilo documentário, mudo e em preto e branco, que mostrava imagens do antigo Theatro Polytheama em São Paulo.

De acordo com um artigo do professor Joaquim Eloy Santos, disponível no site do Instituto Histórico de Petrópolis, tais filmes não eram como os de hoje, mas pequenas cenas, seguindo o modelo de Lumière, mostrando a vida cotidiana.

Primeira exibição do cinematógrafo em Petrópolis, 1897 - JEDS 03/94
Primeira exibição do cinematógrafo em Petrópolis, 1897 – JEDS 03/94

“Da propaganda divulgada pela Gazeta de Petrópolis, a entusiasmada chamada: ‘Hoje, amanhã e domingo, duas estupendas funções nunca vistas nesta capital. Exibir-se-á o cinematógrafo do grande e nomeado Edison. Esta última maravilha e grande descoberta tem chamado a atenção do mundo inteiro. Pela sua realidade devem todos assistir à sua exibição que nos instrui. Esta estupenda maravilha é produzida pela eletricidade, reproduzindo com a maior fidelidade todos os atos e movimentos das coisas e da vida animada e impressionou a todos quantos têm assistido à sua exibição'”.

No livro “Verdades sobre o início do cinema no Brasil”, de Jorge J.V. Capellaro e Paulo Roberto Ferreira, é defendida a tese de que a primeira exibição de um filme brasileiro aconteceu em Petrópolis. Porém, como nenhum dos filmes exibidos aqui e tão pouco as imagens da Baia de Guanabara feitas por Affonso Segretto resistiram ao tempo, muitos pesquisadorescontestam a primazia petropolitana, por falta de provas, apesar do anúncio do Cinematógrafo publicado na Gazeta de Petrópolis.

Cinemas antigos de Petrópolis

Em 1914 é inaugurado o Cinema Petrópolis, com um luxuoso hall de entrada e mobiliário exuberante. Na décade de 1940 o prédio foi demolido para a construção do atual Edifício Petrópolis, onde também funcionou um cinema, depois uma igreja e hoje está fechado. Já em 1918 surgiu o Teatro Capitólio, que funcionou até a década de 1970 e hoje é um estacionamento.

Em 1929 foi criado o Cine Santa Cecília, explorado pela escola de música e qualificado como menor. O prédio também foi demolido para a reconstrução do atual em 1950.

Fotografia mostrando a loja de Á Optica, no ano de 1925, na avenida Quinze de Novembro, atual rua do Imperador. A loja ficava junto ao prédio do Teatro Capitólio. (Crédito: Arquivo Histtórico / Museu Imperial)
Fotografia mostrando a loja de A Optica, no ano de 1925, na avenida Quinze de Novembro, atual rua do Imperador. A loja ficava junto ao prédio do Teatro Capitólio. (Crédito: Arquivo Histtórico / Museu Imperial)

Nos anos 40 existiu o Cine Glória, onde hoje funciona o INSS, na Rua Barão de Tefé. Era mais frequentado pela juventude petropolitana. Entre os anos de 1957 até 1977 existiu o Art-Palácio. Na década de 1960 foi inaugurado o Cine Esperanto, que funciou até os anos 80 ao lado da rua onde acontece a feira.

A cidade também tinha outros cinemas de menor porte como: Imperador, Santa Teresa, Mariano, Amaral Peixoto, Casablanca, Miragem, Minicinema, Dom Pedro, Miragem, Cine Garcia (Alto da Serra), Cinema do Batalhão de Caçadores e nos distritos, os cinemas Bogari, Corrêas e São José do Vale do Rio Preto.

Fontes: Instituto Histórico de Petrópolis, Gazeta do Povo, Dados Municipais, Petrópolis no Século XX, História do Cinema Brasileiro, Cine Eterno.

Estreia do fime "Tempos Modernos" no Cineteatro D. Pedro, em 1936 (Foto: Petrópolis no Século XX)
Estreia do fime “Tempos Modernos” no Cineteatro D. Pedro, em 1936 (Foto: Petrópolis no Século XX)
Exibição do filme "Amar e Morrer", em 1958 no Cinema Petrópolis (Foto: Petrópolis no Século XX)
Exibição do filme “Amar e Morrer”, em 1958, no Cinema Petrópolis (Foto: Petrópolis no Século XX)
Minicinema que ficava na Galeria do Edificio Pellegrini e comportava 80 lugares (Foto: História do Cinema Brasileiro)
Minicinema que ficava na Galeria do Edificio Pellegrini e comportava 80 lugares (Foto: História do Cinema Brasileiro)
Cine Miragem que era moderno e comportava mais de 300 lugares (Foto: História do Cinema Brasileiro)
Cine Miragem que era moderno e comportava mais de 300 lugares (Foto: História do Cinema Brasileiro)

Marianne Wilbert

Jornalista, pós-graduada em mídias digitais.
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