Catherine Ravenscroft encontra um livro em sua casa que não se lembrava de ter comprado, não era de seu marido, e não sabe como foi parar lá. Decide então começar a lê-lo e se assusta ao ver nas páginas algo que aconteceu há vinte anos e que nunca revelou a ninguém. Até então, ela achava que ninguém mais sabia o que havia acontecido naquele verão, vinte anos antes. Pelo menos ninguém ainda vivo. Então, quem o escreveu? Porquê agora?
“Ela olha para o livro emborcado e ainda aberto na página em que parou de ler. O livro em que confiou. Os primeiros capítulos a embalaram, fizeram com que se sentisse à vontade, com uma leve sugestão de suspense à espreita, um pequeno estímulo para continuar a leitura, mas sem pista alguma do que a aguardava. Fora seduzida, atraída pela páginas, mais e mais, até se dar conta de que estava presa em uma armadilha. Então as palavras ricochetearam no cérebro, esmagaram o peito, uma após a outra, como se uma fila de pessoas pulasse na frente de um trem e ela, a maquinista impotente, fosse incapaz de evitar a colisão fatal”.
Com a publicação, o mundo de Catherine começa a desmoronar e além dos problemas com o marido e o filho que surgem, ela agora tem que lidar com as feridas reabertas do passado.
Com capítulos curtos e intercalados entre o autor do livro e Catherine, a narrativa prende a atenção do leitor que fica ávido por saber afinal o que aconteceu vinte anos atrás. Quem é a vítima dessa história? Como o ocorrido afetou a vida de todos desde então?
Embora não seja muito surpreendente, a narrativa de Renée Knight é boa e ágil o suficiente para se ler rapidamente. Se você curte um suspense com uma dose de drama, eis uma boa pedida!