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História

[Você sabia?] Cinco curiosidades sobre a Catedral de Petrópolis

Foto: Henrique Simonete

Um dos principais pontos turísticos de Petrópolis, a Catedral São Pedro de Alcântara encanta turistas do mundo inteiro com seu estilo neogótico francês, esculturas em mármore de Carrara, vitrais e o mausoléu imperial. Isso sem falar na história interessantíssima e algumas curiosidades.

Confira:

1 – Por sugestão da Princesa Isabel a nova frente da Matriz ficaria voltada para a Av. Koeler

catedralAo projetar Petrópolis, o Major Júlio Frederico Koeler reservou um terreno para a construção de uma Igreja Católica e de um Templo protestante. No Plano Koeler, o terreno reservado para a construção da matriz ficava na confluência das atuais Av. Ipiranga, Av. Tiradentes, Rua da Imperatriz, Av. Koeler e Rua Treze de Maio.

O projeto primitivo, do engenheiro Francisco Caminhoá, tinha a fachada voltada para o palácio Imperial. Por sugestão da Princesa Isabel, a nova frente da Matriz ficaria voltada para a Av. Koeler considerada, então, a “rua nobre”.

A primeira pedra fundamental para a construção da Matriz Catedral é lançada em março de 1876, cujas obras foram iniciadas sob a responsabilidade de Caminhoá.

2 – Dom Pedro II colocou uma cópia da Lei do Ventre Livre na segunda pedra fundamental da Catedral

Em 1884, é lançada então a segunda pedra fundamental, já na posição definitiva.

catedral-2De acordo com o livro de Dom Gregório Paixão, “A Catedral de Petrópolis – Santuário da Memória da Cidade Imperial”, o Imperador Dom Pedro II colocou uma cópia da Lei do Ventre Livre, jornais da época e sua coleção pessoal de moedas cunhadas no Império em ouro, prata e bronze nesta segunda pedra fundamental.

Sete anos após o início houve interrupção das obras, provavelmente por falta de recursos e o afastamento de Caminhoá. A nova fase é reiniciada em 1914 pelo engenheiro Heitor da Silva Costa. E a partir de 1918, o material usado passa do granito para a argamassa.

Por falta de recursos, em 1925 Heitor deixou a construção sem finalizar a frente da Catedral. Em 29 de dezembro de 1929 começam as obras para a conclusão da fachada, das Capelas Batismal e Imperial e mais quatro pavimentos da torre.

3 – A torre só foi incorporada na década de 1960

Para a colocação da Torre foi feita uma análise estrutural do solo que atingiu 11 metros de profundidade. A torre da fachada principal eleva-se a uma altura de 70 metros. Foram reiniciadas as obras com a construção das escadas de acesso ao coro; os pisos dos terraços que cobrem as capelas laterais; a rosácea gótica que está sob a torre.Também foi feito o apoio para a colocação das imagens dos evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João de autoria de A. Bordignon.

Da torre é possível apreciar os cinco sinos de bronze, fundidos em Passau, na Alemanha, que pesam, em conjunto, nove toneladas. O maior deles, o “S. Pedro de Alcântara”, pesa quatro toneladas e tem uma vibração particularmente preciosa, que alcança 200 segundos.

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4 – Na Capela Imperial está o sepulcro com relíquias dos Santos Mártires: São Magno, Santa Aurélia e Santa Tecla

Ao centro da entrada da Catedral, sob a torre se desenha a rosácea gótica e se recorta o tímpano em coroamento da imensa porta. Ali e acima as únicas estátuas, figurando os quatro evangelistas (São Marcos, São Lucas, São João e São Mateus). Abaixo, entre os feixes de colunas que se encontram em ogiva abre-se o vão de ingresso do templo. Na luneta a Cena do Calvário , escultura policroma, fundida em cimento (modelo de A. Bordignon – 1934).

Foto: Marcio Miranda
Foto: Marcio Miranda

A nave de mais de 70m de extensão, com quase 20m de altura na abóbada central, está repleta de obras de arte. O corpo original da construção foi executado em pedra aparelhada, com cantaria em granito. A cruz central, de granito negro, coroa o altar em bronze patinado, ônix e mármore Chiampo Pérola. É ali que estão guardadas as relíquias de três Santos Mártires – Santa Tecla, São Magno e Santa Aurélia – trazidas de Roma pelo Cardeal D. Sebastião Leme. Sobre o altar, a inscrição “Et In Terra Pax”.

As três naves são inspiração de templos da Normandia, dos séculos XII – XIII, sem excessos na escultura. O batistério preserva a memória da primeira igreja da povoação, através da pia batismal transferida para o novo endereço, antes da demolição. Pela nave, em forma de ogiva e sustentada por colunas, estão dispostas as “Estações da Via Sacra” assinadas por G. Berner e que vieram de Paris, em 1928.

Os vitrais com temas diversos, parte realizados por C. Champineulle (Paris – 1928-32) e parte por S. Sorgenicht (São Paulo), foram colocados na proporção em que eram entregues.

Já a porta da Catedral veio de São Paulo, da Escola de Aprendizes e Artífices, composta de duas folhas de madeira com almofadas em zinco lavrado e pesando cada uma 2.400 Kg. com desenho de Glasl Veiga.

Mórgão da catedraluitas esculturas em mármore de Carrara, com destaque para a de 2,80m de altura que representa o padroeiro,obra do escultor francês Jean Magrou, também são de sua autoria as imagens da Sagrada Família e de Cristo, dos altares laterais, e o conjunto de quase três toneladas com as imagens jacentes do Imperador Pedro II e da Imperatriz Teresa Cristina.

A Catedral também abriga um dos mais importantes órgãos do Brasil. O instrumento monumental possui 33 registros, três teclados manuais, um pedal e 2.227 tubos, produzidos por G. Berner no Rio de Janeiro, em 1936. Instalado no coro da Igreja, o órgão é uma atração à parte para aqueles que visitam e conhecem um dos maiores símbolos de Petrópolis.

5 – O mausoléu foi inaugurado por Getúlio Vargas em 1939

Foto: Denise Toledo Godoy
Foto: Denise Toledo Godoy

Após o traslado dos restos mortais dos imperadores que estavam, desde 1921, na Catedral Metropolitana, no Rio de Janeiro, o mausoléu foi inaugurado em 1939. Sobre as lápides de Dom Pedro II, Dona Teresa Cristina, Conde d’Eu e Princesa Isabel, esculturas em tamanho natural os representam.

O altar-mor da Capela Imperial foi construído em estilo gótico, de mármore chiampo pérola, com o símbolo das armas imperiais, com aplicações de ônix de S. Luis e bronze. O vitral do fundo, possuindo versos do Imperador, foi uma doação da Baronesa de Muritiba. E no outro vitral, à direita de quem entra na Capela, vemos a imagem de Cristo, do Papa Leão XIII, de um escravo com as cadeias rompidas e a Princesa Isabel, D. Pedro II e D. Teresa Cristina.

A capela Imperial foi protegida por grades de bronze e colocadas telas marufladas do  professor Carlos Oswald, reproduzindo a “Proclamação de D. Pedro II, Imperador” e a “Partida da Família Imperial do Rio de Janeiro para o Exílio, em 17/11/1889”, retratando os personagens que vivenciaram os fatos.

Fontes: Destino Petrópolis; Catedral de Petrópolis; Diocese Petrópolis

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