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Saúde

Brasil enfrenta epidemia de sífilis

O Ministério da Saúde admitiu que o Brasil vive uma epidemia de sífilis. De acordo com o Ministério, entre 2010 e 2016, aproximadamente 230 mil casos da doença sexualmente transmissível foram registrados no Brasil.

Segundo informações da revista Época, “as causas para o aumento recente dos casos ainda estão em investigação. Mas algumas mudanças comportamentais ajudam a entender por que a bactéria voltou a assustar. Um dos principais motivos é, ironicamente, o fato de a aids ter deixado de assustar. Com o sucesso dos tratamentos antirretrovirais, que afastaram da doença o rótulo de fatal, as gerações mais jovens relaxaram nos hábitos de prevenção. Os jovens de 13 a 15 anos estão se protegendo menos na hora do sexo, segundo um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2012, 75% dos entrevistados usaram preservativo em sua última relação sexual. No ano passado, apenas 66% fizeram uso da camisinha.”

A detecção da sífilis, de acordo com o Ministério, é feita atualmente no Brasil por meio de testes rápidos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). No caso das gestantes, a indicação da realização do teste rápido ocorre já na primeira consulta do pré-natal – daí a importância de conscientizar mães e parceiros a iniciar o acompanhamento no primeiro trimestre da gravidez.

“Um grande desafio é o início precoce, já que culturalmente as mulheres tendem a procurar o médico apenas quando a barriga aparece, o que diminui as chances de cura da sífilis para a mãe e facilita a transmissão da doença para o bebê”, disse a diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Adele Benzaken.

Boletim epidemiológico

No Brasil, todos os tipos de sífilis são de notificação obrigatória há pelo menos cinco anos. Dados do último boletim epidemiológico, referentes aos anos de 2014 e 2015, indicam que a sífilis adquirida teve um aumento de 32,7%; a sífilis em gestantes, de 20,9%; e a sífilis congênita, de 19%.

Em 2015, foram notificados 65.878 casos de sífilis adquirida no país. No mesmo período, a taxa de detecção foi de 42,7 casos para cada 100 mil habitantes, sendo a maioria em homens – 136.835 casos (60,1%). No período de 2010 a junho de 2016, foi registrado um total de 227.663 casos de sífilis adquirida.

Entre gestantes, em 2015, a taxa de detecção da sífilis foi de 11,2 casos para cada mil nascidos vivos, considerando um total de 33.365 casos da doença. Já de janeiro de 2005 a junho de 2016, foram notificados 169.546 casos. Com relação à sífilis congênita (em bebês), em 2015, foram registrados 19.228 casos – uma taxa de incidência de 6,5 para cada mil nascidos vivos.

Acesso à penicilina

Apesar de reconhecida na Assembleia Mundial da Saúde como essencial para o controle da transmissão vertical da sífilis, a penicilina benzatina apresenta, desde 2014, um quadro de desabastecimento em diversos países devido à falta de matéria-prima para a produção.

Este ano, o governo brasileiro, em caráter emergencial, adquiriu 2,7 milhões de frascos do medicamento, com prioridade na prescrição para grávidas e seus parceiros. Numa tentativa de assegurar o tratamento às grávidas, a pasta publicou a Resolução nº 3161/2011 permitindo que a administração da droga seja feita também por equipes de enfermagem.

 Fontes: Revista Época e Agência Brasil

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