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História

Comissão da Verdade de Petrópolis apresenta dados parciais da pesquisa sobre o regime militar


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A Comissão Municipal da Verdade (CMV-Petrópolis) apresentou no último sábado (10), dados parciais sobre o trabalho de pesquisa que realizou ao longo de 2016. As informações foram reveladas durante uma audiência pública, que ocorreu na Casa dos Conselhos e, reuniu, aproximadamente, 50 pessoas. Durante o evento, que teve como tema, o movimento sindical em Petrópolis no período do regime militar (1964-1985), foram entregues prontuários políticos dos perseguidos pela ditadura, como Alencar Thomaz Gonçalves, Wagner Ennes Rodrigues e Fabrício Quadros. Além disso, a audiência contou com um depoimento do servidor público Enivaldo Gonçalves, de 56 anos, que revelou ter sofrido torturas psicológicas, por agentes do Serviço Nacional de Informações (SNI), na sala da Câmara de Vereadores de Petrópolis, em 1979.

Eduardo Stotz, presidente da CMV-Petrópolis, fez um resumo sobre o trabalho da comissão em 2016. Segundo ele, foram mais de 100 mil documentos analisados, um a um. O grupo, inicialmente, composto por cinco membros, também ganhou mais força. Hoje, são mais de 10 pessoas atuando na pesquisa. Seja no Arquivo Histórico Municipal, nos documentos da 67ª Delegacia de Polícia, que estão no Museu Imperial, ou no Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro (APERJ). Desde que foi oficialmente implantada, em dezembro de 2015, os pesquisadores também ouviram 20 pessoas, que prestaram depoimentos e contaram um pouco do que viveram no período do regime militar. O presidente da CMV-Petrópolis pontuou ainda que foi possível identificar mais de 200 presos políticos e, pelo menos, duas mortes atribuídas a prisão e tortura.

Eduardo relembrou também a realização da 1ª Semana da Memória Verdade e Justiça, que aconteceu em abril de 2016 e entrou para o calendário de eventos da cidade. Na época, reuniu mais de 5 mil pessoas e ajudou a divulgar o tema para os estudantes e toda a população petropolitana. A exposição “Petrópolis: Ditadura e Resistência” fez parte da semana e depois percorreu outros centros culturais do município, como o de Cascatinha, Nogueira e Posse.

As publicações na imprensa local, nacional e estadual, as perseguições religiosas, os perfis dos presos políticos e a forte resistência da classe trabalhadora, dos sindicatos e as greves que foram convocadas naquele período também foram abordadas durante a audiência.

Para encerrar o evento, o servidor público Enivaldo Gonçalves detalhou os momentos de medo e apreensão que viveu durante cerca de 10 horas, na Câmara de Vereadores. Ele tinha convocado meses antes uma greve para reivindicar os atrasos de salário, durante o governo de Jamil Sabrá, em 1979. Ele lembrou que passado um tempo recebeu uma ligação do presidente da Câmara, que na época era o Calau Lopes, pedindo para que fosse até lá. Quando chegou dois agentes do SNI o aguardavam. “Eles queriam saber quem eram os comunistas da cidade, mas eu não sabia. Tinha uns 18 anos e não fazia ideia do que estavam falando”. Segundo o servidor, Calau insistia para que os homens o soltassem, mas isso só aconteceu no fim do dia. Solto no Retiro, contou que ficou, pelo menos, três dias sem sair de casa, com medo de que os agentes voltassem. Para ele, essa parte da história precisa ser melhor contada, porque ainda existem muitas informações que não foram divulgadas. Ele lembrou o caso da Jana Moroni, que morava em Petrópolis e desapareceu em 1974, na região do Araguaia. Até hoje não há informações sobre a morte da militante. “Desde a década de 1980 gritamos: Onde está Jana?”, concluiu.


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