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Cinema

[Crítica] Estrelas além do tempo (2017)

Se “por trás de um grande homem, há sempre uma grande mulher”, no caso de “Estrelas além do tempo” podemos acrescentar que “por trás de um grande acontecimento, há o trabalho árduo (e nem sempre reconhecido) de grandes mulheres”.

Ambientado em plena Guerra Fria, os Estados Unidos e a União Soviética disputam a supremacia na corrida espacial ao mesmo tempo em que a sociedade norte-americana lida com uma profunda cisão racial, entre brancos e negros. Tal situação é refletida também na NASA, onde um grupo de funcionárias negras é obrigada a trabalhar à parte. É lá que estão Katherine Johnson (Taraji P. Henson), Dorothy Vaughn (Octavia Spencer) e Mary Jackson (Janelle Monáe), grandes amigas que, além de provar sua competência dia após dia, precisam lidar com o preconceito arraigado para que consigam ascender na hierarquia da NASA.

Inspirado em fatos reais, conhecemos a história da física, cientista espacial e matemática Katherine Goble, que trabalha na equipe comandada por Al Harrison (Kevin Costner), calculando as trajetórias, janelas de lançamento e caminhos de retorno de emergência para voos do Projeto Mercury, incluindo as primeiras missões da NASA de John Glenn (Glen Powell). Com exceção da secretária, Katherine é a única mulher na equipe e além de ser obrigada a usar um banheiro exclusivo para mulheres negras, que fica a mais de meia hora de distância de seu local de trabalho, ela também tem que lidar com o menosprezo de seus colegas, como Paul Stafford (Jim Parsons, o famoso Sheldon de The Big Bang Theory).

Já Dorothy Vaughn comandava um grupo de trabalho composto inteiramente de mulheres negras e matemáticas. Porém, com a demissão de sua superior, ela foi acumulando funções pois relutavam em promovê-la e em contratar alguém novo. Acompanhamos então uma mulher determinada e esperta tendo que obedecer pessoas como Vivian Michael (Kirsten Dunst), que não a enxerga como uma igual. Mais tarde, ela foi a primeira mulher negra a ser promovida chefe de departamento na NASA.

Mary Jackson, por sua vez, lutou na justiça pelo direito para participar de um programa especial e ser promovida a engenheira aeroespacial.

Essas três grandes mulheres batalharam muito para conquistar seu merecido espaço numa sociedade racista e machista, e se tornaram exemplos não só de sucesso, mas principalmente de perseverança.

Ainda bem que filmes como esse nos permitem conhecer a história de pessoas como elas. Ao final, fiquei com vontade de aplaudi-las de pé.

“Estrelas além do tempo” foi indicado ao Oscar em oito categorias, incluindo a de Melhor Filme, Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Roteiro Adaptado. Vale ressaltar a bela interpretação de Taraji e da cantora Janelle Monáe, que também atua em “Moonlight”. Ao meu ver, as duas se destacaram mais do que Octavia Spencer, que foi indicada. Mas e vocês, o que acharam?

O filme está em cartaz no Cinemaxx Mercado Estação, com sessão legendada às 16h. A classificação é livre.

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