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Saúde

Cães da Guarda Civil são levados ao CTO para terapia dos pacientes

A Guarda Civil está efetivando o projeto de cinoterapia – terapia com ajuda de cães – desenvolvido pela corporação como vanguarda na região serrana. Até então, uma cadela visitava esporadicamente o Centro de Terapia Oncológica (CTO), mas a partir de agora, essas idas passam a ser frequentes. Com isso, mais de mil pacientes terão a oportunidade de ter um momento de alegria e descontração enquanto esperam pelo atendimento ou sessão de quimioterapia.

Nesta última quarta-feira (24), a cadela Lola, uma Golden Retriever de seis anos, voltou a interagir com os pacientes. Ela era levada desde o ano passado, mas já estava alguns meses afastada para implantação do canil da Guarda, inaugurado no fim de abril. Agora, ela irá toda a semana ao CTO, em dias alternados. Isso porque os pacientes vão ao Centro de Terapia Oncológica a cada duas semanas, sempre no mesmo dia – com o cronograma de dias diferentes, mais pessoas poderão brincar, acariciar e tirar fotos com a cadela.

Foto: Marcello Santos

“Esse trabalho já acontecia, mas não de uma forma mais planejada. Agora queremos que a cinoterapia ocorra aqui toda semana e que possamos ir também a outros locais. Nós sabemos da importância que esse serviço tem, basta a cachorra entrar no ambiente que o semblante das pessoas muda imediatamente. Ela leva a felicidade para os pacientes e o nosso objetivo é que essa alegria também vá para outros lugares”, explicou o comandante da Guarda Civil, Jeferson Calomeni, que acompanhou a ida de Lola ao CTO nesta quarta. De acordo com ele, a corporação vai procurar outras unidades de saúde e instituições para oferecer a cinoterapia.

Não existe nenhuma regulamentação no país sobre como deve ser realizada a cinoterapia. Por isso, a cadela é levada apenas até a recepção do CTO – nunca à área de tratamentos, exames ou consultas. A ação também pode acontecer na parte externa. Qualquer trabalho com cães é sempre monitorado por dois Guardas, que passeiam pelo ambiente com o animal e permitem o contato direto com os pacientes.

“A gente ama bicho e a presença da Lola aqui faz o tempo passar mais rápido e alegra a gente”, contou o paciente Osmar Vieira da Silva.

E o impacto na autoestima não é só dos pacientes – os funcionários também ficam mais felizes. “É um projeto ótimo, lindo. É a alegria dos pacientes e a nossa também. É bom ver o sorriso deles”, afirmou a recepcionista Melina Pereira, que trabalha no CTO há seis anos.

“A presença dos cães aqui traduz uma tendência dos grandes centros de tratamento oncológico e o CTO trouxe, com esta iniciativa, a vida tradicional para dentro de um ambiente que é considerado tenso. Nosso objetivo é humanizar o tratamento, buscando sempre acolher os pacientes. Essa primeira visita, ainda que rápida, demonstrou sucesso total com a modificação no clima na sala de espera”, destacou o diretor do CTO, Bernardino Ferreira.

A psicóloga do CTO, Cristina Volker, lembrou que a utilização de cães durante tratamento médico começou nos anos 1950 quando um psicólogo americano, Boris Levinson, passou a usar os animais como forma dos pacientes manifestarem emoções.

“Existe na psicologia estudos que mostram eficiência com a participação dos animais na vida dos pacientes. A visita dos animais faz um diferencial quanto a melhora para com o enfrentamento e também quanto à resposta da doença. Esse é um trabalho diferenciado aqui no CTO, que é uma clínica de doença crônica”, declarou a psicóloga.

Grupamento de cães

O grupamento de cães da Guarda Civil conta com 13 animais, sendo nove adultos e quatro filhotes. No entanto, a capacidade do canil será dobrada para 16 baias. Dos adultos, dois rottweiler e quatro pastores belga-malinois são utilizados para controle de distúrbios civis e contenção tática. Já dois pastores holandês fazem detecção de drogas, explosivos e resgates. A Golden Retriever Lola ganhará a companhia de um cão da raça Jack Russel, que também fará cinoterapia.

O canil é mantido com ajuda de três parceiros. Um deles é a empresa Virtus, que oferece adestramento dos animais e treinamento dos condutores dos cães. A matilha também tem o acompanhamento de duas clínicas veterinárias. Por fim, recebe a doação de 150 kg de alimentos e medicamentos – é esse mesmo parceiro que ajuda na ampliação da estrutura física do canil.

Foto: Marcello Santos

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