Uma garotinha de dois anos é levada do jardim de sua casa sem ninguém ter visto. A única pista da polícia é uma van que esteve no local no mesmo dia, e só uma pessoa foi levada a julgamento acusada de sequestro. O marido de Jean Taylor. Vinte anos depois, ele está morto e a imprensa continua insistindo em entrevistar a viúva do “Monstro”, como os jornais o chamaram por anos. Pois só ela podera dizer se ele raptou ou não a criança.
Permeado pela dúvida, a história é narrada principalmente sob os pontos de vista da viúva, da repórter e do detetive. Com idas e vindas no tempo ao longo destes vinte anos, acompanhamos o relacionamento de Jean e Glen e como ficou a vida deles com a acusação; a investigação do desaparecimento de Bella, e a cobertura da imprensa sempre rápida para julgar, antes mesmo da Justiça.
“Era jornalismo em sua versão mais poderosa, enviando sem cessar a mensagem e incitando a reação. Os leitores reagiram. A seção de comentários do site se encheu de opiniões impensadas, ruidosas, agressivas e obscenas, além de pedidos pela volta de pena da morte.”
Particularmente, este trecho que destaquei acima me chamou bastante a atenção não só por perceber a mesma coisa nos comentários de notícias dos principais veículos de comunicação do país, como também, muitas vezes, a falta de parcialidade por parte da imprensa contribui para incitar o ódio. É como se hoje não houvesse mais “inocente até que se prove o contrário” e sim, “culpado antes mesmo que se prove”. Quantas vidas são arruinadas por causa de um julgamento precipitado? Neste sentido, o livro também nos faz refletir e até nos lembrar de muitos casos de grande repercussão e suas respectivas coberturas na mídia.
Pelo tema proposto, o livro pode ser um pouco pesado e até indigesto em alguns momentos, mas é embalado pela tensão do início ao fim, instigando o leitor por toda a leitura. Se você é fã de um bom thriller, eis a minha sugestão!
