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Saúde

Petrópolis vai receber certificação por eliminar a transmissão vertical de HIV

O Ministério da Saúde anunciou que Petrópolis está capacitado a receber a Certificação de Eliminação da Transmissão vertical (de mãe para filho) do vírus HIV. O município é um dos três do estado – foram consideradas cidades com mais de 100 mil habitantes – que serão contemplados com a condecoração. O reconhecimento vem porque desde 2010 não há notificação da transmissão do vírus desta forma.

Segundo dados do Programa de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) da Secretaria de Saúde foram realizados nove partos em gestantes com HIV de janeiro a maio de 2017. Todas as crianças nasceram com a carga viral negativa, ou seja, não infectadas pelo vírus. Há ainda seis gestantes em acompanhamento junto ao Programa de IST com consultas regulares de pré-natal para assegurar que a transmissão não ocorra.

O secretário de Saúde, Silmar Fortes, explica que o protocolo implantado no município desde 1992 vem obtendo sucesso devido à integração das equipes ao realizar o teste rápido de HIV e o acompanhamento correto do pré-natal.

“É uma conquista muito grande para Petrópolis, pois as equipes se empenharam para esse resultado. Sem comprometimento e envolvimento intersetorial nós não teríamos conseguido. Nós tivemos um caso em 2004 e outra em 2010 porque as mães não realizaram o pré-natal adequadamente e, por conta disso, incentivamos que as equipes continuem engajadas nessa busca ativa de gestantes para garantirmos que esses índices continuem zerados”, afirmou.

Assim que diagnosticada, a gestante é acolhida no Serviço de Assistência Especializada no programa IST onde recebe o tratamento adequado durante toda a gravidez. Na maternidade, ela também recebe os medicamentos e cuidados necessários durante o parto para evitar a contaminação da recém-nascido

A responsável do Programa de IST, Maria Inês Ferreira explica que o protocolo prevê que o bebê receba a solução oral de AZT, de preferência, ainda na sala de parto, ou nas primeiras 4 horas após o nascimento, sendo mantida a medicação até as primeiras quatro semanas de vida. Posteriormente, a criança é encaminha ao Serviço Especializado no programa IST onde é acompanhado até a alta.

“Para determinar o diagnóstico, são necessários três exames de carga viral, que são realizados aos dois, quatro e seis meses de vida do bebê. Após o 18º mês a criança realiza o teste anti-HIV e, caso apresente o resultado negativo, ela está apta a receber alta do programa”, explicou.

A infectologista Susie Andries Nogueira explica que as gestantes são acompanhadas a cada dois meses, mas há casos em que o período de consultas é maior já que cada paciente responde de uma maneira ao tratamento.

“Assim que diagnosticada elas já recebem o antirretroviral e iniciamos, durante o pré-natal, todo o processo de acompanhamento da gestação que varia de acordo com a condição imunológica de cada gestante e sua resposta ao tratamento. Na maternidade é prescrita a medicação de inibição de produção de leite materno, já que esse é um meio de transmissão do vírus. Por conta disso, as mães recebem gratuitamente do programa a fórmula láctea para fornecer a alimentação ao recém-nascido”, disse.

Ministério da Saúde irá entregar os certificados no  Dia Mundial de Luta Contra Aids

O Ministério da Saúde está instituindo, com os estados, um selo de Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical de HIV e/ou Sífilis no Brasil com o objetivo de incentivar o engajamento dos municípios no combate à transmissão vertical. Tendo como base uma adaptação de critérios já estabelecidos pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a certificação será concedida a municípios cujas taxas de detecção de aids em menores de 5 anos sejam iguais ou inferiores que 0,3 para cada mil crianças nascidas vivas e proporção menor ou igual a 2% de crianças com até 18 meses.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) avalia que para a eliminação vertical do vírus, o sistema de saúde do país precisa registrar menos de dois bebês infectados para cada 100 nascidos de gestantes com o vírus. Dentro dessa meta estabelecida pela OMS, 82 municípios brasileiros, incluindo Petrópolis, conseguiram reduzir essa taxa de contágio

“Haverá um congresso em Curitiba em setembro onde serão anunciados os municípios que receberão os certificados no dia 1º de dezembro pelo Ministério da Saúde. Estamos muito felizes com essa conquista. Agora vale o novo desafio de abraçarmos a causa da redução de casos da sífilis congênita em Petrópolis”, destaca Maria Inês Ferreira.

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