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Saúde

Julho Verde alerta para a Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço

Como o Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço é celebrado no dia 27 de julho, a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) promove ao longo do mês atividades de conscientização e informação no combate a este tipo de câncer.

A data foi definida no Congresso Mundial da Especialidade, realizado em 2014, pela Federação Internacional das Sociedades Oncológicas de Cabeça e Pescoço. Esse ano é realizada a 3ª edição da Campanha Nacional de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço – “Julho Verde”, visando conscientizar a população sobre a doença, os principais fatores de risco e como preveni-la.

O perfil demográfico preponderante do paciente com câncer de cabeça e pescoço é de indivíduo do sexo masculino, com idade entre 40 e 69 anos, fumante e/ou consumidor habitual de bebidas alcoólicas. Estudos epidemiológicos demonstram que a infecção pelo HPV já é a principal responsável pelo desenvolvimento do carcinoma espinocelular. O que é ainda mais preocupante é que atinge preferencialmente indivíduos jovens, menores que 45 anos.

De acordo com Paulo César Canary, radio-oncologista membro do corpo clínico da Radioserra – Centro Regional de Radioterapia, os cânceres de cabeça e pescoço são todos os tumores que surgem nesta região. “Os tumores de cabeça e pescoço são uma denominação genérica do câncer que se localiza em regiões como boca, língua, palato mole e duro, gengivas, bochechas, amígdalas, faringe, laringe, esôfago, tireoide e seios paranasais”, detalhou.

Canary pontua que ao abordar os cânceres de cabeça e pescoço é importante ressaltar dois tipos distintos de prevenção. “A prevenção primária que visa evitar que a doença apareça e nesse caso as ações estão relacionadas com o combate ao tabagismo, ao alcoolismo e a exposição ao HPV e a prevenção secundária, que visa o diagnóstico precoce e se caracteriza por avaliação dentária periódica a fim de detectar qualquer lesão na boca e faringe no início de seu surgimento”.

Para a odontóloga Amanda Clavery, o dentista precisa estar atento a todas as possíveis lesões existentes nesta região. “Um exame minucioso deve ser realizado, observando assim, todas as estruturas. Em alguns casos é indicado fazer biópsias para estudo citopatológico das lesões”. A especialista lembra ainda que as consultas periódicas ao dentista devem ser realizadas a cada seis meses, salvo, em situações em que se observe alguma lesão, dor, ardência, sendo, portanto, essa consulta realizada o quanto antes.

O diagnóstico precoce e o rápido início do tratamento são fundamentais para a cura do câncer de cabeça e pescoço. Um dos principais problemas para o tratamento é o diagnóstico tardio, que ocorre em 60% dos casos, reduzindo assim substancialmente a possibilidade de cura, além da necessidade de tratamentos mais agressivos, o que com frequência podem deixar sequelas no paciente.

A análise dos pacientes tratados no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) revela taxas de cura superiores a 90%, em casos de câncer de laringe diagnosticados precocemente, contra 27% para pacientes diagnosticados com câncer de boca e faringe em estágio avançado, ou seja, quando o tumor tem grandes proporções e/ou quando há a presença de linfonodos metastáticos no pescoço.

Segundo levantamento do Inca, o câncer de boca, laringe e demais sítios é hoje o segundo mais frequente entre os homens, atrás somente do câncer de próstata. Nas mulheres, prepondera o câncer da tireoide, sendo o quinto mais comum entre elas.

São cerca de 23 mil novos casos anualmente, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Trabalhos brasileiros demonstram que cerca de 7% da população pode ter infecção pelo HPV detectada na boca. “O número parece pequeno, mas em um contexto de 200 milhões de pessoas, esse percentual representa cerca de 14 milhões de indivíduos em risco de desenvolver a doença no Brasil”, explicou Leandro Luongo de Matos, cirurgião de cabeça e pescoço e membro da SBCCP.

A infecção pelo papilomavírus (HPV) tem contribuído, nos últimos anos, com o aumento na incidência desta doença, segundo a SBCCP. “A infecção pelo HPV é um importante fator de desenvolvimento do câncer de faringe. Uma das formas de contágio por essa infecção é por meio da prática do sexo oral sem proteção e em pessoas com múltiplos parceiros sexuais”, explicou Fernando Walder, cirurgião de cabeça e pescoço, presidente da SBCCP.

Walder ressalta que é também muito importante que toda a população saiba quais são os sintomas, pois só assim é possível que haja diagnóstico precoce. “Entre os sintomas preocupantes estão: nódulo persistente no pescoço, principalmente quando não desaparece espontaneamente em até 21 dias, é endurecido e cresce progressivamente, lesão na boca que não cicatriza espontaneamente em até 21 dias, e rouquidão por mais de três semanas, em especial em fumantes e consumidores frequentes de bebidas alcoólicas. Tais manifestações servem de alerta para a procura com urgência de um cirurgião de cabeça e pescoço, já que podem ser indicativos da doença”.

O cirurgião Leandro Luongo de Matos ressalta que é necessária a implantação imediata de políticas públicas pelas autoridades de saúde, principalmente quanto à implementação de programas de diagnóstico precoce e de combate aos fatores de risco, pois trata-se de uma doença, na maioria das vezes, relacionada à exposição a fatores comportamentais evitáveis.

Em prol dessa ação, a proposta é utilizar a cor verde e a hashtag #julhoverde para disseminar a informação sobre o tema e atingir o maior número possível de pessoas, com ações na internet, redes sociais e nas ruas.

Em Petrópolis, a Radioserra está em processo de organização de uma ação social pública e visa informar sobre os cânceres de cabeça e pescoço, bem como os sintomas e como proceder para o diagnóstico e tratamento.

Mais informações sobre o corpo clínico e os serviços oferecidos podem ser obtidas e realizados na sede da RadioSerra – Centro Regional de Radioterapia, que fica localizada na Rua Dr. Sá Earp, 309 – parte – Morin, pelo telefone (24) 2246-1724, no site www.radioserra.com ou no e-mail [email protected].

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