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Saúde

Ensaio fotográfico “Precisamos falar sobre a depressão” visa quebrar os tabus acerca da doença

A depressão afeta pessoas de todas as idades e estilos de vida, causa angústia e interfere na capacidade de o paciente fazer até mesmo as tarefas mais simples do dia a dia, segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

“No pior dos casos, a depressão pode levar ao suicídio, segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos”, destacou a OMS. “Ainda assim, a depressão pode ser prevenida e tratada. Uma melhor compreensão sobre o que é a doença e como ela deve ser prevenida e tratada pode ajudar a reduzir o estigma associado à condição, além de levar mais pessoas a procurar ajuda”, completou a entidade.

Pensando na importância de se falar sobre esse assunto que a técnica de enfermagem, Laíse da Costa, propôs ao amigo e fotógrafo Bruno Soares a realização de um ensaio fotográfico, com o objetivo de quebrar o tabu acerca do tema.

Foto: Bruno Soares

O ensaio foi dividido em duas partes, sendo que a primeira, em preto e branco, visa transmitir os sentimentos de Laíse, que enfrentou a doença nos últimos meses; e a segunda, o momento de superação.

Desde então, Bruno conta que a repercussão tem sido positiva e que muitas pessoas vem compartilhando suas experiências ao enfrentar a depressão. “Algumas pessoas disseram que tem depressão e ficam com medo de comentar com outras por medo de preconceito. Outras falaram que este projeto mostra que quem passa por isso não está sozinho e precisam procurar tratamento para cuidar da doença. Nosso objetivo é ajudar cada vez mais pessoas”, diz.

Foto: Bruno Soares

O número de pessoas que vivem com depressão, segundo a OMS, cresceu 18% entre 2005 e 2015. A estimativa é de que, atualmente, mais de 300 milhões de pessoas de todas as idades sofram com a doença no mundo e que em uma década, será a doença que mais vai afastar as pessoas do seu dia a dia.

A coordenadora da Comissão de Estudo e Prevenção ao Suicídio da Associação Brasileira de Psiquiatria, Alexandrina Meleiro, destaca que a falta de conhecimento faz com que o assunto se torne tabu, por isso, é tão importante discutir o tema. “Só sabe o que é depressão quem já passou ou está passando [por isso]. Quem está de fora claro que tem preconceito: é por que não tem o que fazer, é por que é preguiçoso. Então, [o doente] tem mil rótulos.”

O quadro de diminuição de autoestima, tristeza, desânimo e perda cognitiva é resultado de alterações nos neurotransmissores. “Então, a pessoa fica mais lenta nas reações emocionais, no sono, no peso que pode alterar para mais ou para menos. Uma infinidade de sintomas vai expor o quadro depressivo”, completa Alexandrina.

Foto: Bruno Soares

Para o diretor executivo e professor do Instituto Brasileiro de Psicanálise Clínica, Ciências Humanas e Sociais, João Nolasco, falar sobe depressão, conforme recomenda fortemente a própria OMS, deve ser o primeiro e mais importante passo não apenas para que fique claro que há tratamento para a doença – figura também como uma estratégia essencial para garantir o diagnóstico precoce, evitar o agravamento do quadro e, consequentemente, reduzir o número de casos crônicos do transtorno.

“A distimia ou depressão leve é uma doença silenciosa. Hoje, entretanto, 6% da população mundial são acometidos por esse quadro. O indivíduo sofre calado e é comumente caracterizado como uma pessoa rabugenta ou mal-humorada. Atualmente, sabe-se que não se trata só de uma característica de humor ou temperamento. A pessoa está sempre triste, tudo é ruim, nada está bom. É alguém que não sente prazer ao realizar suas atividades rotineiras, mas consegue conviver, não se prostra”, explica João.

Foto: Bruno Soares

A OMS também alerta que, apesar da existência de tratamentos efetivos para a depressão, menos da metade das pessoas afetadas no mundo – e, em alguns países, menos de 10% dos casos – recebe ajuda médica. As barreiras incluem falta de recursos, falta de profissionais capacitados e o estigma social associado a transtornos mentais, além de falhas no diagnóstico.

“O fardo da depressão e de outras condições envolvendo a saúde mental está em ascensão em todo o mundo”, concluiu a OMS.

*Com informações da Agência Brasil

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