Em agosto de 2017 foi realizada na Câmara Municipal de Petrópolis, uma audiência pública sobre acessibilidade no transporte público. Mas de acordo com o vereador Marcelo da Silveira, presidente da Comissão de Defesa das Pessoas com Deficiência e do Idoso, oito meses depois, pouca coisa mudou. Ele questiona o pedido do Setranspetro (Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários de Petrópolis) para o reajuste da tarifa dos ônibus junto à Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans) e à Prefeitura.
“Os transtornos diários que os cadeirantes e as pessoas com mobilidade reduzida enfrentam, infelizmente, na maioria das vezes, não são notados. São inúmeras as reclamações de elevadores de ônibus que não funcionam, travam ou simplesmente saem sem a chave que possibilita a utilização. Aumentar a tarifa sem melhorar o transporte é um absurdo e uma falta de respeito com a população. Além disso, o aumento da passagem agrava a situação econômica da cidade, ocasionando evasão das poucas empresas que ainda existem no município”, comenta o vereador, lembrando que já realizou diversas fiscalizações no transporte público.
Para Marcelo, os veículos sempre lotados, atrasados e o baixo valor do reajuste no Acordo Coletivo dos Rodoviários são motivos para não realizar aumento na tarifa este ano.
Em nota, o Setranspetro informou que “com a finalidade de buscar equilíbrio econômico e financeiro para o Sistema de Transporte, já protocolou pedido de reajuste da tarifa e já solicitou reunião específica para discutir de forma ampla e transparente o assunto junto ao Comutran. O cálculo ainda está sendo analisado em razão dos desdobramentos do Acordo Coletivo dos Rodoviários desse ano.”
Ainda em nota, o órgão informa que o cálculo do preço da tarifa está sendo concluído e será apresentado para o governo e para a CPTrans. “Em momento algum o Setranspetro protocolou qualquer pedido no valor de R$ 4,20. O reajuste tarifário é previsto por lei para garantir o equilíbrio econômico e financeiro do Sistema de Transporte Público de Petrópolis e para possibilitar a continuidade dos serviços e os investimentos em tecnologias e equipamentos.
“O preço da tarifa técnica sempre leva em conta todos os custos do sistema divididos pelo número de passageiros pagantes. Em 2017, logo após o último reajuste da tarifa, houve aumento de 7% dos salários dos rodoviários, que impactou em quase R$ 500 mil reais de déficit para o sistema. Já o óleo diesel, segundo a Agência Nacional de Petróleo, entre julho de 2017 e janeiro deste ano, sofreu reajuste médio de 12,44%. Ainda para impactar neste cálculo da tarifa, foi concretizado na última sexta-feira (4) a negociação do acordo coletivo dos rodoviários de 2018, que estabeleceu 2,5% de reajuste nos salários e 10% no benefício da cesta básica. Outros itens da estrutura de custos também tiveram aumento ao longo do último ano.
“O Setranspetro registra ainda queda significativa no número de passageiros do sistema, o que faz com que o custo total seja dividido por menos pessoas. Destaca também que existem várias políticas públicas que podem ser adotadas para trazer equilíbrio econômico e financeiro para o sistema de transporte e que envolvem discussões sobre mobilidade urbana, racionalização de operação, fontes de custeio e isenções tributárias.”
Ainda não há informações sobre a proposta do novo valor.
*Matéria atualizada às 13h50