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Cidade

Dados da Secretaria de Assistência Social indicam crescimento de 30% no número de pessoas em situação de rua desde o início do ano

Em reunião nesta última quarta-feira (28), órgãos municipais discutiram o aumento no número de pessoas em situação de rua no município e as mudanças no perfil desta população. O encontro concentrou 25 pessoas entre representantes do governo, das polícias civil e militar, da Defensoria Pública, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), do Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH) e da Câmara de Vereadores. Casos de violência foram o principal ponto de debate da reunião que também serviu para buscar alternativas na forma de abordagem destes moradores

“Temos que trabalhar em identificar o que está acontecendo em nossa cidade. O assunto é sensível e de alta magnitude. Este encontro serve para ouvirmos alternativas. Não estamos tratando das pessoas em situação de rua, no geral, mas, sim, de identificar indivíduos que se aproveitam da condição para praticar atos que não podem ser tolerados”, disse o juiz Jorge Martins, titular da 4ª Vara Cível de Petrópolis.

A secretária de Assistência Social conta que as equipes de abordagem, que trabalham durante o dia e a noite, já perceberam esta mudança de perfil, o que gera insegurança para os próprios profissionais. Ameaças aos técnicos da Assistência já foram registradas nestes dois últimos meses.

“Nossas equipes lidam com esta população há muitos anos, então sabemos, entre aquelas pessoas em situação de rua, a diferença dos que estão já há algum tempo nesta situação para os que começaram a aparecer agora, principalmente de dois meses para cá. Neste tempo, começamos a ter relatos de ameaças aos próprios profissionais da Assistência, gerando medo, insegurança e transtornos para os nossos equipamentos”, relatou Denise.

Ainda segundo a Secretaria de Assistência Social, Petrópolis tem cerca de 130 pessoas em situação de rua, um crescimento de 30% em comparação com o início do ano. O Núcleo de Integração Social (NIS), que pode acolher até 70 pessoas, atende, em média, 65 pessoas por pernoite.

No NIS, é servido café da manhã, almoço, lanche e jantar, além de serem disponibilizados banho e roupas de cama para o pernoite. A unidade oferece, ainda, corte de cabelo, manicure, sessão de filmes e festa para os aniversariantes do mês. Os profissionais do local trabalham visando a autonomia dos acolhidos. Porém, nem todos os moradores abordados aceitam o acolhimento.

“Temos, ainda, as reuniões religiosas e apresentação semanal de capoeira, buscando dar um bem-estar para estas pessoas. Mas tudo com regras, e muitas vezes elas não aceitam. O usuário não pode entrar portando bebidas alcoólicas ou outras drogas, por exemplo. Temos alojamentos para cada sexo. Para o bom andamento dos nossos trabalhos, temos a parceria da Defesa Civil, com a Operação Inverno, permitindo mais 18 leitos em barracas”, completou Denise, citando, também, o apoio da Guarda Civil e da Polícia Militar durante as abordagens.

O juiz Jorge Martins se colocou à disposição do CDDH para ouvir as demandas e avaliar medidas que podem ser adotadas em parceria com o órgão.

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