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Observações de uma petropolitana: no Egito

Quem gosta de história antiga inevitavelmente nutre certa fascinação pelo Egito. A construção das pirâmides (uma incógnita até hoje), templos, faraós e simbolismos aguçam a nossa curiosidade e quanto mais lemos a respeito, mais encantados ( e intrigados) ficamos.

Contudo, por ser um país que infelizmente sofre com o terrorismo, nunca imaginei que um dia iria conhecê-lo, até que a oportunidade surgiu no final do ano passado. Mesmo apreensiva, fui com um grupo de Petrópolis, pois não podemos deixar que o medo nos impeça de realizar nossos sonhos.

Cheguei ao país um dia depois de ter acontecido um atentado nos arredores das pirâmides, que matou 4 pessoas. Contudo, logo a preocupação do país com a segurança dos visitantes ficou clara. Em todas as atrações turísticas, há detector de metal e esteira para analisar as bolsas. No hotel em que fiquei, havia um cão farejador que cheirava o ônibus e quando descíamos, tínhamos que colocar nossas bolsas e malas nas esteiras antes de entrar. Isso sem falar que nosso grupo andou escoltado por um segurança armado a todo momento. Esse tipo de medida não se vê nem na Europa, que também tem sido alvo de ataques.

Sentindo-me segura, consegui relaxar e aproveitar as maravilhas que o país oferece. E claro, a primeira parada foi nas pirâmides. De longe já é possível avistar a grandiosidade de Quéops, Quéfren e Miquerinos, que atraem visitantes do mundo inteiro.

Pirâmide da mãe de Quéops, na qual a entrada é gratuita

A entrada para a pirâmide de Quéops, a maior e mais famosa, é cara, mas como todas estão vazias e não tem o que se ver lá dentro, acabei entrando na pirâmide da mãe dele que é gratuita. É uma descida bem chatinha, não sendo recomendada para pessoas claustrofóbicas ou que tenham problemas respiratórios, mas vale a visita para quem quiser se aventurar.

Perto dali tem uma descida onde é possível fazer a famosa foto beijando a esfinge, e também onde ficam muitos vendedores e pessoas sugerindo poses para as fotos, mas não se engane, para absolutamente tudo eles pedem dinheiro.

Sakkara

Continuando nosso passeio fomos para a cidade de Memphis, que já foi capital do Antigo Egito, visitar o complexo de Sakkara, que é um sítio arqueológico com diversas pirâmides e túmulos de nobres e aristocratas egípcios antigos.

Representação de como era uma cirurgia de circuncisão na época

Na “Rua das Tumbas”, entramos no túmulo de Ankhmahor, que foi uma espécie de ministro do Rei Teti (primeiro faraó da VI dinastia egípcia). São sete câmaras, seis dedicadas a Ankhmahor e uma a seu filho Ishfi, e é uma das mais famosas de Sakkara porque há representações de cirurgias praticadas na época, incluindo uma de circuncisão. Há também imagens de cenas do cotidiano como caça, oferendas, pasto, etc. Vale a visita!

Interior da Mesquita de Alabastro

Para conhecer o mundo islâmico e ainda ter uma bela vista da cidade do Cairo, um passeio muito bacana é na Cidadela de Saladino, que abriga a Mesquita de Muhammad Ali (ou Mesquita de Alabastro) e a Mesquita Verde. Para visitá-las, é necessário estar com os braços e pernas cobertos. Ainda que o lenço não seja obrigatório, é um sinal de respeito e dificilmente você vai encontrar uma mulher sem usá-lo dentro da mesquita. Também é preciso ficar descalço e carregar os sapatos na mão esquerda.

Esconderijo da Sagrada Família

Embora 90% da população do Egito seja muçulmana, aproximadamente 10% é formada por católicos coptas, que formam a maior comunidade cristã no Oriente Médio. No bairro Copta, uma das atrações é a Igreja de São Sérgio e São Baco, que abriga a “caverna” onde a Sagrada Família ficou por três meses ao fugir do rei Herodes, que havia mandado matar todos os recém-nascidos de Jerusalém.

No bairro também pode ser visitada a Sinagoga Ben Ezra, erguida no local onde acreditam que o bebê Moisés foi encontrado; as igrejas suspensa, de São Jorge e de Santa Bárbara.

Ainda no Cairo, uma parada obrigatória é o Museu Egípcio, que reúne milhares de artefatos encontrados em escavações pelo país. O destaque é a sala de múmias, paga à parte, onde é possível ver as múmias bem preservadas de Ramsés II (um dos faraós mais importantes do Egito), Tutmés II, Seti I e outros nobres.

Outro destaque é a sala de Tutankhamon, com o santuário, os sarcófagos, vasos e inúmeros objetos desenterrados junto ao jovem faraó, além da máscara mortuária de ouro e os sarcófagos externos.

E para fazer comprinhas, o tradicional mercado Khan el Khalili que apresenta uma infinidade de lojas, é imenso e cheio de ruelas e vendedores ávidos para vender. Dificilmente os produtos vão estar com preço, então é parte da cultura deles negociar. Para turistas, eles vão jogar o preço lá no alto, então negocie bastante para um pagar um valor justo.

Lá você encontra objetos de decoração, lembrancinhas, roupas, prata e ouro (mas certifique-se de que seja realmente prata e ouro), especiarias, narguilés, etc. Vale a pena conhecer!

E para finalizar, algumas curiosidades que observei por lá:

  • O trânsito é bastante caótico, sem sinalização e na base da buzina. Quase todos os carros estão arranhados ou com algum amassado e dificilmente você vai encontrar algum semáforo ou faixas de pedestre. É super comum as pessoas irem atravessando no meio dos carros até nas estradas.
  • Os egípcios fumam demais e em todos os lugares. Dentro de hotéis, restaurantes, trens… então nem em lugares fechados você se livra do cheiro de cigarro.
  • Gorjeta para tudo. Não existe gentileza ou favor, já que até para te dar o papel no banheiro eles vão pedir gorjeta. E em todos os banheiros, até dentro de estabelecimentos, tem alguém pedindo dinheiro.
  • Os egípcios são receptivos e gostam de brasileiros, principalmente do nosso futebol. Ao menos três pessoas que perguntaram a minha nacionalidade desataram a falar nomes de jogadores de futebol, sempre citando o Neymar.
  • A comida é bastante temperada. Eles colocam pimenta em quase tudo e gostam de usar bastante canela também.
  • A grande maioria da população muçulmana é sunita e não xiita (mais radicais), portanto, em relação à roupa feminina, há mulheres que usam burca, mas há também outras que usam somente o lenço e roupas mais modernas como as nossas.

 

 

 

Marianne Wilbert

Jornalista, pós-graduada em mídias digitais.

2 Comentários

  1. Adorei o artigo! Eu já tinha ficado encantada com as fotos que a Erika postou e o seu artigo aumentou ainda mais a minha vontade de conhecer o Egito. Parabéns pelo artigo Marianne!!

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