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Cidade

Guarda Civil terá capacitação para atendimento de mulheres vítimas de violência

A Guarda Civil, em parceria com o Gabinete da Cidadania, vai promover a capacitação de todos os agentes da corporação para atendimento de mulheres vítimas de violência. Os guardas vão participar de um curso montado com base na Lei Maria da Penha e vai abordar ainda aspectos psicológicos que a vítima apresenta e que o agente deve ter. O anúncio foi feito no Dia Internacional da Mulher, pela subcomandante Cláudia da Conceição, que está se despedindo do posto ocupado nas últimas semanas.

Como último ato ainda no comando, ela anunciou o curso de capacitação, que terá início no dia 18 de março. O corregedor da Guarda, Vinícius Silva, explica os dispositivos da Lei Maria da Penha; e a psicóloga do Centro de Referência em Atendimento à Mulher (Cram), Liane Diehl, vai abordar aspectos psicológicos apresentados pelas vítimas de violência e de que maneira o agente deve estar preparado para esse atendimento. Serão montadas turmas diárias de 12 agentes durante duas semanas.

“É de extrema importância que nossa Guarda tenha essa preparação em prol da segurança das mulheres do município. Durante uma reunião do Comdim, conversei com a subcomandante sobre essa questão da violência contra a mulher e ela foi muito solícita e sugeriu este curso para os agentes. É um ganho para nossa sociedade”, contou a coordenadora do Gabinete da Cidadania e presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim), Anna Maria Rattes.

A capacitação dos agentes será mais um passo para dar segurança à mulher que sofre com violência doméstica. Petrópolis conta com o Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram), que atende as mulheres vítimas de violência relacionadas à Lei Maria da Penha, quando a mulher tem algum “vínculo” com o agressor. O órgão possui uma equipe multidisciplinar e oferece gratuitamente assistência social, jurídica e psicológica para mulheres que sofreram qualquer tipo de agressão. Em 2019, nos meses de janeiro e fevereiro, o Cram realizou 103 atendimentos, entre assistências iniciais e retornos. Em 2018, foram 638 atendimentos.

“O objetivo é aprimorar a capacidade da GM atuar nas situações de violência doméstica e contra a mulher. Para isso vamos sinalizar alguns pontos importantes no acolhimento como a escuta atenta à história da mulher e sua legitimação, a importância de não tecer julgamentos prévios e a orientação inicial sobre os direitos da mulher”, explicou a psicóloga do CRAM, Liane Diehl.

No mês passado, foi divulgado um levantamento realizado pelo Datafolha, encomendado pela ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), sobre o impacto da violência contra as mulheres no Brasil e os resultado foi alarmante. Em 2018, 1,6 milhão de mulheres foram estranguladas ou sofreram alguma tentativa. Vítimas que passaram por assédio representam 37,1% das mulheres no Brasil, ou seja, 22 milhões de mulheres. Os casos de violência, 42% aconteceram dentro de casa e mais da metade, 52%, não denunciou nem procurou ajuda. A pesquisa aponta que 76,4% das agressões são feitas por alguém conhecido da vítima e as mulheres negras e pardas são mais vitimadas que as brancas, e as jovens, mais do que as mais velhas.

Comandante interina agradece o apoio dos agentes

Na última sexta, Cláudia fez questão de agradecer pessoalmente aos guardas pelo trabalho neste período. Ela também aproveitou para homenagear as agentes femininas da corporação – hoje, são 14 mulheres entre 213 agentes. A partir desta semana, o comandante Jeferson Calomeni retorna ao posto após férias.

“Despedidas são sempre difíceis, mas fazem parte de trajetórias profissionais. Correndo risco de ser clichê, quero deixar meus agradecimentos, pois trabalhar em equipe é saber ser parte de um todo, demonstrando capacidade de atuar com humildade, tolerância, inteligência emocional e companheirismo. O sucesso de uma equipe é reflexo da determinação de cada integrante. Meu sucesso são vocês. Assim, agradeço por tudo nos últimos 30 dias”, disse Cláudia.

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