A Associação Petropolitana de Surdos (APES) tem usado as redes sociais para pedir que a Prefeitura produza informativos em libras sobre as ações contra a Covid-19. “Não estamos dizendo que o conteúdo em português não exista, estamos dizendo que o conteúdo não é acessível em Libras, e que acessibilidade em Libras é um dever do poder público”, disse a APES.
Em nota, a Prefeitura de Petrópolis informou que “toda a comunicação da prefeitura sobre o coronavírus é realizada através do site e das páginas oficiais da prefeitura no Facebook e no Instagram. As informações são disponibilizadas através de texto escrito e por desenhos (cards e gráficos). Além disso, a assessoria de comunicação da prefeitura faz ampla divulgação sobre as ações relacionadas do combate ao coronavírus com o envio de releases para toda a imprensa da cidade sobre o trabalho realizado. Essas matérias também ficam disponíveis na internet (www.petropolis.rj.gov.br). Va
Contudo, a APES ressalta que a questão não se restringe às lives, mas a todos os vídeos publicados pela prefeitura. “Se há informações explicativas nas descrições, são complementares. Ou seja, quem é ouvinte tem acesso a tudo que é dito no vídeo mais o texto da descrição. A Comunidade Surda só tem acesso ao que está escrito na descrição”, explica.
Em nota, a assessoria da vereadora Gilda Beatriz informou que a parlamentar falou sobre esta questão em plenário, em sessão realizada na última terça-feira (26). Na mesma data, foi encaminhado um ofício ao Executivo solicitando a inserção do intérprete de libras nas redes sociais. “É válido se ressaltar que a Prefeitura também dispõe da Central de Intérprete de Libras, um projeto que foi indicação da vereadora para a comunicação nas redes, que não está sendo utilizado”, informaram.
O vereador professor Leandro Azevedo também vem cobrando o município neste sentido. Por meio de uma indicação legislativa, o parlamentar já solicitou o envio, pelo Poder Executivo, de um projeto de lei tornando a medida obrigatória. A propositura está tramitando na Câmara Municipal desde o dia 8 de abril e, em breve, deve ser incluída na pauta para votação. A intenção, segundo o parlamentar, é garantir que seja feita a inclusão, pois a Comunidade Surda segue sem direito à informação.
“Um exemplo claro foi a divulgação do plano de flexibilização da Prefeitura. Os surdos tiveram que aguardar a publicação dos textos pelas mídias do município para entender o que estava acontecendo”, destaca o vereador, frisando que, mesmo que não envie o projeto de lei para votação e aprovação da Câmara, o Poder Executivo precisa ver a contratação imediata de intérpretes como prioridade.
