Nesta semana, recebemos o relato de uma pessoa diagnosticada com síndrome do túnel do carpo, que precisa de cirurgia nas mãos, e que disse que foi informada que os hospitais de Petrópolis pararam de fazer cirurgias eletivas devido ao suposto aumento de casos de Covid-19 na cidade.
“Após consulta com o médico e todos os exames para fazer a cirurgia, ao ir na Unimed da Rua Irmãos D’Ângelo fui informada por uma funcionária que os hospitais de Petrópolis pararam de fazer as cirurgias eletivas devido a um suposto aumento de casos de Covid-19 na cidade e, portanto, a Unimed seguiria essa mesma postura. Afinal, o que realmente está acontecendo?”, questionou.
Em nota, a prefeitura esclareceu que “consultas, exames e cirurgias eletivas permanecem temporariamente suspensos na cidade como medida de prevenção à pandemia do novo coronavírus. Vale ressaltar que as cirurgias mais graves, como as oncológicas, neurológicas e cardiológicas, não pararam em momento algum”.
Sobre o suposto aumento de casos da doença, a prefeitura não confirmou o crescimento na cidade. “Temos, nesta terça-feira (18) 31.6% de ocupação em leitos de UTI na cidade, relativos aos casos de Covid-19”, informaram.
A Unimed Petrópolis, por sua vez, informou que está seguindo todas as recomendações e ações do Sistema de Saúde nas suas autarquias federal, estadual e municipal, fazendo mudanças nas suas rotinas, quando necessário, com o objetivo de reduzir a transmissão do novo coronavírus e deixar a sua estrutura preparada para o atendimento dos casos nesta pandemia.
“A unidade verificou nos primeiros dias de agosto um aumento do número de atendimentos a pacientes com sintomas respiratórios, existindo casos suspeitos e confirmados de Covid-19. Atualmente o hospital conta com 16 pacientes internados, sendo que 13 estão com o diagnóstico confirmado para covid-19. Em um estudo realizado pelo Hospital Unimed, nos 13 primeiros dias de agosto, comparado com igual período de julho, tivemos aumento de 28,2% nos atendimentos do Pronto Atendimento e de 56,4% nos clientes com sintoma respiratório. Por conta disso, buscando a segurança total para os pacientes e os profissionais, nosso compromisso desde o início da pandemia, as cirurgias eletivas foram suspensas temporariamente para análise”, explicaram em nota.
“Essa é uma medida e preventiva, até a reavaliação da equipe de gestão assistencial da Unimed Petrópolis. Ressaltamos que nenhum procedimento de urgência ou oncológico está deixando de ser feito bem como as cirurgias eletivas já programadas. É muito importante continuarmos conscientes que a pandemia e os riscos de infecção pelo coronavírus não estão superados, pelo contrário, se não tomarmos os cuidados preventivos, podemos ter a multiplicação dos casos e mais pessoas doentes, além de mais óbitos”, reforçou Rafael Gomes de Castro, presidente da Unimed Petrópolis.
Rafael Gomes havia gravado um vídeo, divulgado nas redes sociais da Unimed Petrópolis, falando deste aumento no número de atendimentos na unidade como forma de conscientizar e alertar os os cidadãos sobre a importância da manutenção das medidas de prevenção ao vírus. Com a repercussão, no dia seguinte, Rafael gravou um outro vídeo para esclarecer algumas dúvidas relacionadas ao seu alerta do dia anterior. Neste, ele afirmou: “Meu vídeo manifesta a preocupação dentro da Unimed. A preocupação da Unimed pode ou não ser extrapolada para o município. Quem tem as estatísticas do município como um todo, do Sistema Único de Saúde (SUS), é a Secretaria Municipal de Saúde.”
Boletim epidemiológico do dia 18/08/2020
Até o momento foram realizados 22.688 testes na cidade. Deste total, 17.750 resultaram negativo, 4.885 positivos e 53 estão em análise, entre PCR e testes rápidos. Há 75 pacientes internados na cidade (38 em leitos clínicos e 37 em UTI), podendo ser casos positivos ou ainda em investigação esperando o resultado do teste. E 159 óbitos. Até o momento são 1.197 pessoas recuperadas do coronavírus. Esse número se refere às pessoas que estiveram internadas nas unidades hospitalares da cidade ou que se mantiveram em isolamento domiciliar e que, hoje, não apresentam mais os principais sintomas da doença.
Hoje o município contabiliza pelo SUS 25,93% dos leitos clínicos e 28,71% de UTI ocupados com pacientes infectados com coronavírus.
