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Cidade

Sindicato dos Rodoviários pede fiscalização de cumprimento da lei que proíbe dupla função aos motoristas

No dia 19 de setembro de 2019 foi promulgada a Lei Municipal nº 7.841, que proíbe as empresas concessionárias e permissionárias de Transporte Coletivo Urbano, em Petrópolis, de incumbir aos motoristas a atribuição simultânea de sua função com a função de cobrador em todos os coletivos, exceto os veículos do tipo executivo, de tarifas diferenciadas dos coletivos convencionais.

Para que as empresas tivessem tempo para se organizar e realizar as contratações do efetivo, a própria lei apresentava diretrizes no Art. 1º-A que diz que “as adaptações para recomposição do quadro de funcionários necessárias para cumprimento da presente lei serão promovidas na proporção de 20% ao ano, por empresa, limitadas a cinco anos para concretizá-las”. Contudo, de acordo com Edson de Oliveira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Petrópolis, isso não ocorreu.

“A Lei que foi criada em parceria pelos vereadores Leandro Azevedo e Marcelo da Silveira, a partir de incontáveis reuniões e discussões com a diretoria e equipe do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Petrópolis, é muito clara. As empresas de transporte público teriam de ter contratado até o último dia 19 de setembro de 2020, pelo menos 20% de novos cobradores, ou seja, cada empresa deveria ter aumentado o seu efetivo nesse cargo e todos esses profissionais deveriam já estar trabalhando no domingo, dia 20 de setembro, mas isso não ocorreu”, pontua.

Desta forma, no dia 21 de setembro, o diretor de Cultura do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Petrópolis, Glauco Paulino da Costa, entregou pessoalmente ofícios de pedido de fiscalização na Prefeitura Municipal de Petrópolis, CPTrans e em todos os gabinetes da Câmara Municipal de Vereadores. O objetivo do Sindicato é chamar atenção dos órgãos competentes sobre o descumprimento da lei e a importância de um processo contínuo de fiscalização nas empresas de transporte público. Passada uma semana do envio dos ofícios de pedido de fiscalização, o Sindicato dos Rodoviários não recebeu nenhuma resposta.

De acordo com o Sindicato, “o descumprimento da Lei Municipal nº 7.841 só vem de encontro aos incontáveis descumprimentos de leis na cidade, no estado e no país e mais uma vez comprova que o trabalhador é ignorado pelos governantes. Atualmente, Petrópolis tem aproximadamente de 2.100 trabalhadores na categoria, sendo que cerca de 1.200 são associados ao Sindicato. Todo e qualquer trabalhador que atue numa empresa que transporte de passageiros pode se associar e fazer uso dos benefícios voltados aos associados, dentre elas a constante cobrança por melhorias e cumprimento de leis”.

Em reunião nesta última segunda-feira (28), a diretoria e a equipe do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Petrópolis definiu que vai reenviar os ofícios a todos os órgãos competentes, incluindo o texto da Lei na íntegra e que caso não haja resposta, vai se posicionar de forma mais efetiva por meio do seu Departamento Jurídico.

Em nota, o Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários de Petrópolis (Setranspetro) disse que “em razão da crise provocada pela Covid-19, o Sistema de Transporte também precisou aderir às Leis Federais 14.020 e 14.022, que permitem suspensão do contrato de trabalho ou redução da jornada proporcional ao salário. Esta medida foi inclusive adotada para evitar demissões em massa, visto que a crise do setor foi muito agravada pela queda no número de passageiros do sistema, que atualmente registra apenas cerca 55% da demanda”.

Já a Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans), em nota, informou que “o próprio Sindicato dos Rodoviários firmou, no dia 21 de agosto deste ano, um  acordo coletivo de trabalho com a empresa Expresso Brasileiro no qual prevê, na cláusula nove, a possibilidade de operação sem cobrador, limitado a 80% da frota, com a finalidade de preservar os empregos da categoria.

A CPTrans destacou ainda que “atua diuturnamente para regularizar a oferta e demanda da frota de ônibus da cidade desde o início da flexibilização. Desde do início da reabertura do comércio, já fiscalizou mais de 1.800 ônibus, para verificação do cumprimento das recomendações da Nota Técnica  SAS/DVS/COVISA nº 15/2020 que restringiu o total de usuários por viagem, uso obrigatório de máscara facial pelos usuários e tripulação e manutenção da ventilação interna dos veículos por meio de abertura de janelas e escotilha de teto. Do total de abordagem foram emitidas mais de 60 infrações por lotação acima da recomendação da Vigilância Sanitária e uma por funcionamento errôneo da janela, não permitindo a sua abertura, com a expedição de multa pelo menos uma vez para todas as empresas que atuam no transporte público de Petrópolis. A partir da emissão da nota técnica foram promovidas 25 operações até o momento. A população pode encaminhar as denúncias pelo telefone 156 ou pelo site da CPTrans.”

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