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Saúde

Governo do Estado autoriza antecipação da segunda dose da vacina Astrazeneca

Os municípios fluminenses devem antecipar de 12 para oito semanas a aplicação da segunda dose da vacina de Oxford.

Em anúncio nesta última terça-feira (13), o governador Cláudio Castro afirmou que a decisão do Governo do Estado em autorizar todos os municípios fluminenses a anteciparem de 12 para oito semanas a aplicação da segunda dose da vacina Astrazeneca contra Covid-19 foi tomada em conjunto com o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems). Segundo Castro, foram levados em consideração aspectos como a quantidade de doses que as cidades já têm em estoque para completar o esquema vacinal da população e a entrada de novas variantes da Covid-19 no estado.

“Essa não é uma decisão monocrática do Estado e sim, pactuada com o Conselho de Secretarias Municipais. Há uma preocupação com armazenamento pelos municípios para não haver perda de doses. Não há nenhum prejuízo nessa antecipação. Nosso objetivo é que tenhamos pessoas imunizadas mais rápido para evitar a infecção pela Covid-19 entre as duas doses. Por causa das novas variantes, a decisão foi bem pensada e debatida”, afirmou o governador.

A medida – que visa acelerar ainda mais o esquema vacinal e está prevista na bula da vacina – foi publicada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), nesta terça-feira (13). A deliberação reduz o intervalo de aplicação entre as doses da vacina Astrazeneca, e tem o apoio de um grupo de especialistas que assessoram a secretaria. Os médicos infectologistas Roberto Medronho, Alberto Chebabo e Celso Ramos, além do virologista Amilcar Tanuri, estão entre os pesquisadores que apoiam a ação.

“Não há perda de eficácia quando a aplicação for dentro do período entre 8 e 12 semanas. Nossa preocupação é que as doses estão paradas nos municípios e poderiam ser perdidas. E, além disso, dentro de um cenário, temos a entrada da variante Delta. Os estudos no Reino Unido apontam que, somente com a aplicação da segunda dose, é possível bloquear a possibilidade de transmissão das variantes. Temos a expectativa de que, com a redução do intervalo entre as doses, caia também o número de pessoas que não está voltando para a segunda aplicação. Todas as decisões estão sendo pactuadas com o Conselho de Secretarias Municipais, assim como foi feito no calendário unificado”, ressaltou o secretário de estado de Saúde, Alexandre Chieppe. Para Chieppe, os municípios têm autonomia para já agendar a aplicação da segunda dose.

Em nota, a Secretaria de Saúde de Petrópolis informou que “irá seguir a recomendação do Estado e aguarda orientações oficiais. A Secretaria de Saúde fará o planejamento para reestruturação das equipes e divulgará em breve como será o sistema de antecipação de segundas doses nos postos da cidade”.

Importância da segunda dose

O Governo do Estado reforça a importância de que as pessoas voltem aos locais de vacinação para a aplicação da segunda dose. Somente com o esquema vacinal completo, a população estará efetivamente imunizada. Cláudio Castro ressaltou que, quanto mais pessoas estiverem imunizadas, a tendência é que tenhamos menos mortes e menor ocorrência de casos graves da doença. Além disso, é a vacinação em massa que vai permitir o retorno de todas as atividades no estado. O governador fez um apelo para que as pessoas não escolham vacinas pelo fabricante.

“Vacina é a esperança. Não façam escolha pela vacina X ou Y. Tomem também a segunda dose. A retomada depende disso. Você, que tomou a dose 1, volte para a dose 2 dentro do tempo determinado por cada imunizante e pela prefeitura”, alertou o governador.

Nota da Fiocruz

A respeito da redução no intervalo entre as doses da vacina produzida pela Fiocruz (Oxford-AstraZeneca), a Fundação esclarece que o intervalo de 12 semanas entre as duas doses recomendado pela Fiocruz e pela AstraZeneca considera dados que demonstram uma proteção significativa já com a primeira dose e a produção de uma resposta imunológica ainda mais robusta quando aplicado o intervalo maior. O regime de 12 semanas permite ainda acelerar a campanha de vacinação, garantindo a proteção de um maior número de pessoas.

O regime de doses adotado pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) está respaldado por evidências científicas e qualquer mudança deve considerar os estudos de efetividade e a disponibilidade de doses. Até o momento, a vacina produzida pela Fiocruz tem se demonstrado efetiva na proteção contra as variantes em circulação no país já com a primeira dose. Adicionalmente, em relação à variante delta, uma pesquisa da agência de saúde do governo britânico (https://bit.ly/public_health_england), publicada em junho, aponta que a vacina da AstraZeneca registrou 71% de efetividade após a primeira dose e 92% após a segunda para hospitalizações e casos graves. Os dados são corroborados também por um estudo realizado no Canadá (https://bit.ly/estudo_canada), que apontou efetividade contra hospitalização ou morte, para a variante Delta, após uma dose da vacina da AstraZeneca de 88%.

Neste momento, a Fiocruz reforça as orientações do PNI e da Nota técnica conjunta da Sociedade Brasileira de Imunizações e da Sociedade Brasileira de Pediatria (https://bit.ly/sbim_sbp), publicada nesta terça-feira (13/7), quanto à manutenção do intervalo de 12 semanas da vacina Oxford-AstraZeneca-Fiocruz e permanecerá atuando na vigilância das variantes, bem como na produção de estudos de efetividade da vacina e de evidências científicas que possam continuar a subsidiar a estratégia de imunização no país.

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