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Trabalhadores das empresas Petroita e Cascatinha anunciam paralisação, mas Setranspetro diz que ônibus circulam nesta quarta-feira

A partir das 3 da manhã desta quarta-feira (10), o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Petrópolis anunciou que trabalhadores das empresas Petroita e Cascatinha vão fazer uma paralisação, que é resultado de diversas denúncias feitas por parte dos trabalhadores destas empresas ao Sindicato. Contudo, o Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários de Petrópolis – Setranspetro diz que os ônibus circulam normalmente amanhã.

Entre elas, está o atraso no pagamento dos salários, que devem ser repassados até o quinto dia útil de cada mês. Em novembro o prazo máximo seria sábado, dia 6, visto que dia 2 foi feriado. É importante ressaltar que para a categoria, sábado é considerado dia útil, conforme previsto na cláusula quinta, parágrafo segundo da Convenção Coletiva. Para os trabalhadores rodoviários, não são considerados dias úteis apenas domingos e feriados.

Além do atraso dos salários, outra questão que vem incomodando os trabalhadores é que o adiantamento do salário também não vem sendo pago em dia. Também previsto em Convenção Coletiva, cláusula quinta, primeiro parágrafo, o adiantamento deve estar na conta dos trabalhadores todo dia 20 de cada mês, o que não acontece. De acordo as denúncias recebidas, o pagamento é efetuado próximo à data do salário, o que acaba virando uma bola de neve de pagamentos atrasados. Com isso, os rodoviários também não conseguem manter as contas em dia e, frequentemente, precisam pagar juros e multas. Outra questão é o atraso no repasse das férias. Denúncias dão conta de que os trabalhadores entram de férias e não recebem o valor combinado. Além disso, o pagamento dos parcelamentos de férias também estão atrasados.

“Como se não bastasse, as empresas vem descumprindo outras questões relevantes, previstas em Convenção Coletiva, como as horas extras trabalhadas nos primeiros dez meses de pandemia. Por conta do agravamento da pandemia e da crise causada por ela, as empresas não efetuaram o pagamento de horas extras dos trabalhadores, de março de 2020 a janeiro de 2021. Ficou acordado, na última convenção coletiva, que o pagamento destas horas extras, já em atraso, seriam efetuados de maio a 30 de setembro de 2021, em até seis vezes. Contudo, o pagamento não foi realizado, o que gerou a reclamação de incontáveis trabalhadores”, destacou Edson de Oliveira, presidente do Sindicato dos Rodoviários de Petrópolis.

Por fim, as empresas estão descumprindo outro acordo, firmado em convenção coletiva, que é o repasse dos uniformes. Os trabalhadores estão há cerca de dois anos sem receber sapatos novos e seguem usando os antigos, furados e com as solas já deformadas o que, além de constrangimento, pode gerar também problemas de saúde.

Ao longo dos últimos meses, o Sindicato veio tentando manter, de forma amigável, as negociações em relação a todas estas situações relatadas, para que não fosse necessário chegar ao ponto de uma paralisação. “Infelizmente o nosso esforço foi em vão. As empresas não deram nenhuma resposta ou respaldo em relação as reclamações feitas pelos trabalhadores, sendo assim, decidimos pela paralisação”, explicou Edson de Oliveira.

No que diz respeito à população, o Sindicato dos Rodoviários reforça que não tem nenhuma intenção de prejudicar o cotidiano de todos os trabalhadores, contudo, é importante entender que quando um trabalhador tem os direitos suprimidos pelas empresas, todos devem lutar juntos pela causa.

A paralisação vai começar às 3h da manhã, em frente a garagem da empresa Petroita, localizada na Rua Coronel Veiga, 1557.

Em nota, o Setranspetro diz que “a Petro Ita e a Cascatinha esclarecem que os ônibus vão operar normalmente a partir do primeiro horário previsto, na madrugada desta quarta-feira, dia 10/11. As empresas não entenderam a divulgação da paralisação visto que os salários da Cascatinha estão 100% pagos e os 10% que faltam da Petro Ita serão quitados nesta quarta-feira, dia 10/11. O Setranspetro, a Petro Ita e a Cascatinha entendem que qualquer paralisação deve acontecer com aviso prévio e com motivos justos, para não prejudicar a população. Os últimos meses marcaram uma profunda crise no sistema, que somada aos últimos reajustes do óleo diesel, levaram as empresas a enfrentarem um grave desequilíbrio financeiro. Ainda assim, todas as operadoras colocam como prioridade o pagamento dos colaboradores, essenciais para manter a operação.”

*Matéria atualizada às 22h10

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