Concer: Comece pela segurança
Concer: Comece pela segurança
Cidade

Motoristas ficam quase 50 minutos parados no trânsito em Itaipava

Com as obras da Estrada União e Indústria, motoristas continuam perdendo muito tempo no trânsito, ficando por até 50 minutos completamente parados, sem qualquer alternativa de deslocamento. O problema é registrado há meses em Itaipava.

Em um desabafo nas redes sociais, um motorista lamentou o transtorno enfrentado no engarrafamento registrado na manhã desta quarta-feira (5). “Estou há exatamente 47 minutos com o carro desligado”. Por volta das 11h, considerado horário de pico, a retenção no sentido Itaipava chegava a quase dois quilômetros, enquanto no sentido Centro, o congestionamento ultrapassava um quilômetro.

Se para quem usa o transporte particular, o problema crônico gera impaciência e insatisfação, para quem utiliza o transporte por ônibus, o problema é agravado, uma vez que os coletivos não podem usar rotas alternativas e ficam por muitos minutos enfileirados em comboios no trânsito e os passageiros esperando por mais de uma hora nos pontos de ônibus e terminais.

Apenas no início da manhã de ontem, a empresa de ônibus Turp Transporte ficou com a operação de cinco linhas de ônibus prejudicada, em razão do engarrafamento. Sem qualquer previsibilidade de tempo para a conclusão do trajeto, as linhas 070 – Posse x Gaby (Executivo), 605 – Vale das Videiras, 617 – Araras, 700 – Terminal Itaipava e 750 – Terminal Corrêas x Terminal Itaipava contabilizaram inúmeros atrasos e perdas de viagens.

A obra realizada pelo DNIT acontece em um trecho de aproximadamente 530 metros, entre o Shopping Tarrafas e o Parque Municipal. Com esquema de pare e siga, o tempo médio de percurso no trecho passou de quatro minutos, para quase 50 minutos, que representa 12 vezes mais que o registrado nos dias em que não há interferência na pista.

“As ligações entre o Centro Histórico, Corrêas, Itaipava e Posse são as mais afetadas. Nos terminais e pontos de ônibus, o resultado é a formação de filas, principalmente, nos horários de pico. Quando o cliente acessa o aplicativo Cittamobi, que mostra em tempo real a localização do ônibus, não há surpresa quanto ao ‘sumiço’ da linha, uma vez que a mesma está retida no trânsito”, explicou Márcio Silva, gerente de operação da Turp Transporte.

Leonardo da Rocha, de 39 anos, é motorista da linha 700 – Terminal Itaipava. De acordo com ele, mesmo que as pessoas tenham o conhecimento sobre a obra, ainda há os que colocam a culpa no condutor do ônibus pela viagem em atraso ou perdida. “Recebemos críticas todos os dias. Porém, ao longo do trajeto são esses mesmos passageiros que acabam percebendo que a culpa não é nossa, mas do trânsito. A quantidade de ônibus em operação é suficiente para atender a demanda. Não adianta colocar mais veículos para circular, se a origem do problema, que já foi identificada, não for resolvida”, disse o rodoviário.

O Setranspetro defende que todas as obras que causam impacto no trânsito devem ser feitas com planejamento eficiente, mesmo as emergenciais, considerando turnos de menor movimento e circulação de veículos, sinalização eficaz, além da comunicação prévia com a CPTrans, empresas de ônibus e clientes do transporte.

“Sem que isso ocorra, é inevitável que o resultado seja diferente. Os clientes do transporte coletivo continuarão sendo os mais prejudicados. Defendemos a criação de pequenas faixas e corredores exclusivos, gerando mais rapidez e velocidade comercial para os ônibus, organizando o trânsito como um todo e favorecendo os passageiros que andam de ônibus, em um nível de conforto menor do que quem circula em um veículo particular”, concluiu Carla Rivetti, gerente do Setranspetro.

A prefeitura informou que Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans) está atuando para minimizar os efeitos no tráfego pelas obras de recuperação da Estrada União e Indústria, feitas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Agentes da CPTrans foram enviados ao local para ajudar na organização do trânsito da região.

“A mobilidade urbana é um dos grandes desafios da nossa cidade. As obras da União e Indústria são importantes, mas geram retenções, por se tratarem de trechos movimentados, como esse de Itaipava. Por isso, estamos dando apoio logístico para que os efeitos sejam os menores possíveis”, disse o prefeito Rubens Bomtempo.

Nesta quinta-feira (6), o presidente da CPTrans, Jamil Sabrá, esteve no local. “Apesar da responsabilidade principal das obras ser do DNIT, a CPTrans organiza e já está executando um planejamento estratégico para a área”, disse.

*Matéria atualizada às 19h38

Botão Voltar ao topo
error: Favor não reproduzir o conteúdo do AeP sem autorização ([email protected]).