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Cidade

Biblioteca Municipal realoca acervo e cria laboratório de restauração

Para restabelecer o atendimento normal ao público, a Biblioteca Municipal Gabriela Mistral vai reorganizar suas instalações e eliminar a guarda de acervo no pavimento térreo do Centro de Cultura Raul de Leoni, na Praça Visconde de Mauá, Centro. Com a reestruturação do espaço, o Instituto Municipal de Cultura (IMC) afasta em definitivo o risco de perdas em caso de inundações como a de 15 de fevereiro, que destruiu oito mil litros (5,5% dos 150 mil títulos da biblioteca).

Dos 11 mil livros que eram mantidos no térreo, onde a água subiu a 1,5 metro, cerca de três mil foram salvos – uma parte ocupava o alto das estantes e não foi atingida; outra foi seca depois por funcionários e voluntários. No esforço de recuperação dos volumes, o IMC está instalando na biblioteca um laboratório de restauração e recuperação nos moldes dos existentes em instituições como a Biblioteca Nacional, Arquivo Nacional e Museu Imperial.

“Queremos recuperar tudo o que for possível, para recompor o acervo, e estamos também contando com doações”, afirma a presidente do IMC, Diana Iliescu, destacando a importância de parcerias técnicas oferecidas pelo Arquivo Nacional, Arquivo Público do Rio de Janeiro (Aperj) e Fundação Oswaldo Cruz. Quanto às doações, listas com títulos e nomes de autores podem ser enviadas pelo endereço eletrônico [email protected]m.

Uma das maiores bibliotecas municipais do estado, a Gabriela Mistral mantinha publicações antigas sobre diversos temas no térreo. Entre as áreas do conhecimento representadas no pavimento estavam jornalismo, biblioteconomia, ciências sociais e aplicadas, religião e engenharia. O lugar abrigava também livros em braile – parte deles, salva – e cerca de mil títulos que ainda não haviam sido registrados e incorporados ao acervo.

Os nove servidores da Gabriela Mistral e sete voluntários, comandados pela gerente da biblioteca, Lorena Oliveira Cristiano, têm se dedicado a separar os títulos resgatados. Entre as raridades estão obras como o atlas em tamanho grande Questyon de la Fronteire da Guiane Britannique et le Bresil, de 1902. Outras relíquias valem pelas dedicatórias a intelectuais como Alceu Amoroso Lima, para quem L. de Souza Lobo autografou seu São Paulo na Federação, de 1924.

A reestruturação do espaço da biblioteca será iniciada após a separação dos títulos salvos, que estão ocupando a Sala Sylvia Orthof e uma das galerias de arte do Centro de Cultura Raul de Leoni, no segundo andar do prédio. Livros e outros materiais ocupam também outras dependências do prédio; e setores do IMC, como o administrativo, estão funcionando em instalações temporárias devido à inundação.

“A ideia é não voltar com o acervo para o térreo. Estamos fazendo a nova organização para poder disponibilizar os pedidos e retomar o atendimento de empréstimo dos livros”, explica a bibliotecária Lorena de Oliveira Cristiano. A retirada de livros havia sido restabelecida com o arrefecimento da pandemia de Covid-19. Atualmente, a biblioteca está recebendo livros em devolução e realizando on-line, pesquisas pontuais no Arquivo Histórico, pelo endereço arquivohistoricodepetropolis@outlook.com.

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