Concer: Comece pela segurança
Concer: Comece pela segurança
Saúde

Infectologista tira dúvidas sobre a febre maculosa

Nos últimos dias, os noticiários reportaram casos de febre maculosa registrados após uma festa na Fazenda Santa Margarida, região rural do município de Campinas (SP), que já provocou quatro mortes. Em Jundiaí e Santa Isabel, há 11 casos suspeitos da doença. De acordo com as prefeituras dos municípios paulistas, algumas das pessoas que podem ter contraído a doença também estiveram na festa.

Embora Petrópolis não tenha registrado nenhum caso da doença entre janeiro e junho de 2023, segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde, ainda assim é importante ter cuidados ao visitar áreas rurais. O médico infectologista Luís Arnaldo Magdalena, professor da Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP), explica como se pode contrair a doença. “A febre maculosa é uma doença febril aguda causada por uma bactéria que pode ser transmitida aos humanos através de carrapatos infectados. São carrapatos conhecidos como carrapato-estrela e eles normalmente parasitam animais de floresta ou de campo, como cavalos, bovinos e roedores. O homem acidentalmente ao entrar nesses ambientes onde possa haver carrapatos infectados, pode ser picado e adquirir a bactéria causadora da febre maculosa”.

Os sintomas incluem febre, dor no corpo, dor nas juntas, dor de cabeça e, às vezes, manchas avermelhadas pelo corpo. Em casos graves, pode acontecer hemorragia. “O diagnóstico é feito através de exame de sangue específico. Além disso, é muito importante o histórico do paciente de idas a áreas onde possa ter acontecido a picada por carrapato, como por exemplo, matas, florestas, campos, áreas rurais, etc, e, se possível, ter presenciado a picada, ou seja, o carrapato aderido ao seu corpo”, completa o médico.

Apesar de um estudo do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) ter identificado uma forma de reduzir o crescimento da bactéria causadora da febre maculosa nos carrapatos, tornando o aracnídeo mais resistente à infecção, fazendo com que o conhecimento desse mecanismo de interação entre hospedeiro e bactéria permita avançar em metodologias para desenvolvimento de imunizantes, ainda não há vacinas contra a febre maculosa. A melhor forma de prevenção é ter cuidado.

“Se proveniente de áreas onde possa ter ocorrido a exposição a esses carrapatos, é muito importante tão logo em casa realizar higiene à procura para retirada dos carrapatos, bem como manter os animais domésticos, principalmente aqueles que possam ir a áreas de matas, com controle adequado desses carrapatos, porque eles podem também estar presentes acidentalmente nos pets”, alerta o infectologista.

Quando um profissional de saúde se depara com um caso suspeito de febre maculosa, esse paciente é notificado às autoridades de saúde, para que medidas eficazes possam ser tomadas. “A febre maculosa é uma doença de notificação obrigatória, todo caso suspeito deve ser notificado às autoridades de saúde”, conclui.

O Ministério da Saúde recomenda que, ao visitar regiões de maior risco, a pessoa use roupas claras, que ajudam a identificar mais rapidamente o carrapato, que tem cor escura. Aconselha-se também o uso de calças e blusas com mangas compridas e botas.

Outra indicação é que a pessoa utilize repelentes, principalmente os que tenham como princípio ativo DEET, IR3535 e Icaridina. O Ministério da Saúde alerta também para que as pessoas verifiquem se há presença de carrapatos em suas roupas ou na pele a cada duas ou três horas, removendo-os imediatamente, com uma pinça, para reduzir o rico de transmissão da doença.

*Com informações da Agência Brasil

Botão Voltar ao topo
error: Favor não reproduzir o conteúdo do AeP sem autorização ([email protected]).