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Cinema

[Crítica] Animais Noturnos (2017)

Baseado no livro “Tony e Susan”, de Austin Wright, em “Animais Noturnos” acompanhamos a história de Susan (Amy Adams), que é uma negociante de arte que se sente cada vez mais isolada do parceiro (Armie Hammer). Um dia, ela recebe um manuscrito de autoria de Edward (Jake Gylenhaal), seu primeiro marido. Por sua vez, o trágico livro acompanha o personagem Tony Hastings, um homem que leva sua esposa (Isla Fisher) e filha (Ellie Bamber) para tirar férias, mas o passeio toma um rumo violento ao cruzar o caminho de uma gangue. Durante a tensa leitura, Susan pensa sobre as razões de ter recebido o texto, descobre verdades dolorosas sobre si mesma e relembra traumas de seu relacionamento fracassado.

Acompanhamos duas histórias no decorrer de quase duas horas: a de Susan, uma mulher muito bem sucedida no trabalho, mas com um casamento infeliz, que ao receber o livro de seu ex-marido começa a se recordar de alguns momentos da história dos dois; e a do livro escrito por Edward, intitulado “Animais Noturnos”, com os momentos mais angustiantes enquanto acompanhamos a jornada de Tony.

O diretor é o famoso estilista Tom Ford, cuja primeira experiência no ramo foi no premiado “Direito de Amar” (2014) e que volta para reafirmar seu talento num longa comovente, tenso, com um elenco muito acertado e, como já era de se esperar, esteticamente impecável. Os figurinos, as maquiagens, os cenários extremamente chiques e frios são fundamentais para nos inserir no clima da história e de seus personagens.

Amy Adams se destaca pelo seu requinte e seus longos olhares reflexivos, mas quem rouba mesmo a cena é Aaron Taylor Johnson (lembram dele como Conde Vronsky em Anna Karenina?) no papel de Ray, o vilão do livro de Edward, e que lhe rendeu um Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator Coadjuvante. A insanidade dele é assustadoramente convincente.

Pelo que pude notar pela reação de alguns ao fim da sessão, muitos ficaram insatisfeitos com o final “repentino”, porém, se analisarmos sobre o que o filme se trata, qual é a verdadeira história que está sendo contada, ao meu ver, não poderia ter sido outro final. De fato, vai fazer com que você pense no que acabou de ver por um tempo, tentando assimilar as possíveis interpretações. E um filme que fica na nossa cabeça é sempre bom, não?

“Animais Noturnos” foi indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Roteiro e Melhor Diretor; e Michael Shannon (que interpreta o xerife que ajuda Tony a fazer justiça) foi indicado ao Oscar como Melhor Ator Coadjuvante.

O filme está em cartaz no Cine Itaipava, com sessão legendada às 18h50. A classificação é 16 anos.

Marianne Wilbert

Jornalista, pós-graduada em mídias digitais.
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