Charge: Nanihumor.com
É assustador pensar em policiais agredindo professores. É como pensar: para que um policial precisa de um professor? Provavelmente ele não teve um, ou simplesmente não teve oportunidade de ter algum bom e bem remunerado… Talvez se tivesse tido, não seria um PM hoje.
Quando eu xinguei um professor aos 12 anos, recebi uma advertência da escola, fiquei suspenso e chamaram meu pai para conversar. Apanhei do meu pai, fiquei algumas semanas de castigo e ainda tive que ir até o professor e pedir desculpas prometendo que nunca mais faria algo do tipo.
Na época fiquei irritadíssimo porque eu enxergava a minha razão e meus motivos, mas hoje percebo que mesmo estando certo, não poderia tê-lo ofendido.
Dadas as circunstâncias atuais entre protestos e manifestações no Rio de Janeiro, a greve de mais de um mês, os conflitos, o modo como as autoridades e policiais administram o movimento pró professores, eu fico imaginando um policial, pai de família com dois filhos alunos em escolas públicas, vivenciando algo parecido com minha experiência aos 12 anos.
Pai Policial : Pedrinho, que p$#@ de bilhete é esse dizendo que você chamou o professor de “idiota”?
Filho: Pô, pai! O professor ficou pegando no meu pé, só porque eu conversei um pouco durante a aula. Ele foi grosseiro comigo e eu o chamei de “idiota”.
Pai Policial : Moleque, você vai ficar de castigo por um mês, para aprender não chamar seu professor de “idiota”. Já te ensinei que quando for assim, tem que chamar ele de “vagabundo”, “filho da p@#$”, e dar logo uma coronhada na cabeça dele.
Filho: Mas pai….
Pai Policial: Mas pai nada! Você vai voltar na escola amanhã! Toma aqui o spray de pimenta e joga no olho dele!
Paulo Vinnicius, é comediante stand up , roteirista, publicitário com MBA em Gestão de Marketing pela UFRJ, dá aulas na Miami Ad School / ESPM . Faz palestras sobre empreendedorimo com foco em criatividade para empresas e universidades;
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