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História

Comunidade Quilombola da Tapera: histórias e tradições da nossa terra

Em novembro de 2011, a comunidade da Tapera foi reconhecida pela Fundação Palmares como Quilombola. As famílias que vivem no local são de descendentes de escravos da antiga Fazenda Santo Antônio.

Localizada na Tapera, local próximo ao Vale do Cuiabá, a comunidade é a única de descendentes africanos e ex- escravos existente na Região Serrana do Rio de Janeiro, formada por 13 famílias. A origem da comunidade é do final do século XIX quando os escravos, então libertos, foram transferidos para a parte superior do Vale do Cuiabá.

A comunidade mantinha todas as tradições dos seus antepassados. Todas as casas eram feitas de pau a pique e os membros das famílias se casavam apenas entre si, ou seja, primos com primos, em todas as gerações, para que assim, fosse mantida a tradição. Até hoje, alguns membros vivem dessa forma.

No dia 12 de janeiro de 2011 a comunidade também foi atingida pela tragédia. As fortes chuvas danificaram as casas de pau a pique e as famílias tiveram que se retirar da localidade.

“Estávamos em casa e de repente tudo começou a tremer. Quando meu irmão olhou pela janela, havia tanta água que nós decidimos correr. A correnteza nos arrastou por um longo trajeto, até conseguirmos nos segurar em uma árvore e nada pior aconteceu. Hoje eu sei que devo valorizar mais a vida e os momentos com minha família” relatou Paulo Casciano.

As famílias retornaram para a localidade no final do ano passado. As casas agora são de PVC (revestido de concreto), mas mesmo sem manter a tradição das moradias de pau a pique, o líder da comunidade ressalta que todos os membros tinham o desejo de voltar a viver na Tapera.

“Por incrível que pareça, antes da tragédia a nossa vida era mais complicada. Não tínhamos energia elétrica e as crianças precisavam caminhar aproximadamente duas horas para chegar à escola. Hoje temos o ônibus escolar e isso facilitou muito. Mesmo com as dificuldades de transporte que ainda temos, queríamos mesmo voltar a viver aqui. Essa é a nossa terra, o nosso lugar”, frisou Adão Casciano, líder da Comunidade.

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