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História

[História] Ponte Metálica: o símbolo da Belle Époque em Petrópolis

por Oazinguito Ferreira

Em 4 de dezembro de 1906,  o jornal Tribuna de Petrópolis anunciava em sua página central, a inauguração da ponte metálica, destinada a cobrir a bacia dos rios Quitandinha e Palatinato, ligando a Avenida XV de Novembro. Foi um evento concorrido pelas autoridades, festivo e com grande presença popular, principalmente a de veranistas da alta sociedade que vieram do Rio, especialmente de trem, para presenciar a inauguração da ponte rodoviária urbana, com vão de 50 metros em treliça e em aço, com piso de concreto.

Tal mudança significou uma mudança no tradicional cenário petropolitano da época, principalmente no local onde eram inúmeras as famílias que passeavam durante seu veraneio na então, capital do Estado. Os postais são os mais eficientes documentos imagéticos que comprovam as transformações urbanas nas cidades brasileiras, principalmente durante a Belle Époque. Documentos, muitas vezes, hoje esquecidos, mas testemunhas de épocas.

José Kopke Fróes, historiador e pesquisador local, foi um grande colecionador de imagens urbanas, principalmente de Petrópolis, e desfilava em suas organizadas exposições algumas destas transformações. Entre elas se encontravam várias pérolas das pontes metálicas, porém, dois postais chamavam a atenção. O primeiro, datado de 1915, da ponte inaugurada na Avenida XV de Novembro, que acabou por se tornar uma imagem comum, reproduzida por inúmeras publicações do passado e do presente, onde observamos um casal passeando pela mesma ponte e seguido por um senhor, e um pouco mais atrás, uma charrete. Contudo, seria mais apropriado observar que esta foto tivesse sido registrada mais precisamente na primeira década, pouco após a inauguração da ponte. Mas, outra foto, bem mais significativa seria a de um postal do mesmo pesquisador que se encontra no acervo do Museu Imperial, pertencente a sua coleção e doada, apresentando a Rua da Imperatriz e os rios já unidos, mas revelando em sua lateral, uma pequena construção, destinada a abrigar os pedestres que por ela transitavam se fosse atingidos por uma chuva, já que as chuvas de verão eram traiçoeiras na cidade, ou na melhor das hipóteses, um abrigo destinado a observar o trânsito pela ponte.

Este dado presente no mesmo postal não foi encontrado em qualquer descrição do período, mas se encontra comprovado pela imagem, que se transforma em um documento imagético de grande importância para recomposição paisagística de uma região da cidade. Sua importância se destaca ao enaltecer o papel na atualidade, desempenhado pelo cartão postal na reconstituição não somente histórica, como da memória urbana das cidades.

Foto: Arquivo do Museu Imperial

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