por Rafael Studart
Você já viajou pra grandes capitais ou destinos mais conhecidos? Paris, Nova Iorque, Roma, Praga, Rio de Janeiro, Londres… Não importa para quantos tenha ido, você só viajou para um!
Recentemente, fiz uma viagem internacional de aproximadamente um mês. Nela, algo, que já pode ser óbvio para muitos, começou a ficar mais claro para mim: os lugares estão se tornando cada vez mais parecidos. Claro que a arquitetura pode mudar um pouco, assim como o sistema monetário. Mas se quiser ser um turista, perceba que estará fazendo a mesma viagem várias e várias vezes, como se seguisse numa esteira rolante vendo apenas as imagens ao seu lado mudarem, porque:
Sempre há pelo menos uma igreja importante.
Assim como um museu, mesmo que seja sobre tortura.
Sempre tem os artistas de rua. Inclusive aquele que prende sua atenção e embroma séculos até algo acontecer.
Sempre tem alguém querendo te constranger para levar produtos que você não quer: sejam pulseiras em Montmartre, ou CDs de rap na Times Square.
Sempre tem algum trambique que você tem que ficar ligado.
Sempre tem o restaurante que você PRECISA ir, ou a comida que você PRECISA comer!
Sempre rola um passeio que você dificilmente faria se morasse na cidade, como os esgotos de Paris, ou o cemitério da Recoleta.
Ano novo é perrengue, esteja você em cima da areia em pleno verão ou no meio de uma avenida, esperando uma bola cair, num inverno de lascar.
Jardins botânicos e zoológicos terão sempre plantas e animais, respectivamente. Acredite.
Assim como alguma parte da cidade vai estar cheia de cadeados com juras de amor.
Ou algum local vai ser alto o bastante, fazendo a vista ser incrível. O que me leva ao…
“Você precisa ver o pôr do sol em [insira aqui o lugar].”
Ah claro… Sempre há o símbolo da cidade, mesmo que seja um jato d’água (é, tô falando contigo mesmo, Genebra!).
E nesses lugares, todo mundo fala todos os idiomas, mas poucas vezes falam o idioma da cidade que você está.
Se você já mora num grande centro turístico, provavelmente vai querer fugir disso tudo. Mas também, se não quiser fugir não tem problema, porque sabe-se lá quando você vai voltar para esses lugares de novo, não é mesmo? Pelo menos, agora você já tem um guia que pode te ajudar em todas as suas futuras viagens.
Bônus: você irá fazer papel de tolo em mais de um momento da sua viagem. Provavelmente tirando foto.
Rafael Studart é comediante, roteirista e professor universitário de física. Mestre pela COPPE/UFRJ, costuma tentar algo novo com uma certa frequência. Se quiser falar sobre relacionamento e sexo com ele, pode pará-lo na rua. Facebook: http://www.facebook.com/studart7
