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Colunas

[Na mente de um Strudel] Asterisc*s

Imagem: Arte/UOL

por Rafael Studart

Os asteriscos surgiram na Suméria, por volta do ano 3700 a.C.*. Fosse por incluir notas de rodapé relevantes ou omitir nomes nos textos, seu intuito original era nobre. Porém, de lá para cá, com o boom do mundo corporativo e, consequentemente, da publicidade, essas pequenas estrelas passaram a se tornar muito mais comuns, perdendo seu valor e ganhando meu ódio.

Já me peguei virando de ponta cabeça pote de maionese, encarte de pacote turístico, embalagem de camisinha, sempre em busca da outra extremidade daquele buraco negro de informação. Entretanto, poucas não foram as vezes em que desisti antes de alcançar o outro lado. Quem sabe não seria no meio da maionese que encontraria o tal floco preto contendo o restante daquilo que poderia, muito facilmente, mudar a minha relação com as camisinhas?

Já experimentou procurar o asterisco de um preservativo? Você vai descobrir que a cada cem usos, dois podem ter falhado. Olha você aí, de AIDS e filho no colo, tornando-se o mais novo asterisco do pedaço.

Embarcar numa viagem quando se descobre que vai ter que dividi-la com uma pessoa que você não esperava, não costuma ser nada bom. Sem contar quando a agência de turismo não se responsabiliza pelos casos de ebola da região para onde se está viajando. Por mais que você queira usufruir daquele pacote, vai pensar três vezes antes de assinar o contrato.

Sorte sua que desistiu de comer aquela maionese. Assim não corre o risco de passar mal na viagem e pode concentrar suas energias usando mais umas 98 camisinhas sem maiores problemas.

 

 

*ou não.

 

studartRafael Studart é comediante, roteirista e professor universitário de física. Mestre pela COPPE/UFRJ, costuma tentar algo novo com uma certa frequência. Se quiser falar sobre relacionamento e sexo com ele, pode pará-lo na rua. Facebook: http://www.facebook.com/studart7

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