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História

[História] Palácio Rio Negro, a casa de veraneio dos presidentes

Dentre as belíssimas casas da Avenida Koeler, um prédio amarelo de dois andares com um grande jardim chama atenção: é o Palácio Rio Negro, que já foi sede do governo fluminense, abrigou a 1ª Brigada de Infantaria Motorizada, e por muitos anos foi a casa de veraneio dos presidentes da república.

A pedido de Manoel Gomes de Carvalho, barão do Rio Negro, o engenheiro italiano Antonio Jannuzzi construiu o palácio em 1889, para hospedar a família no verão.  Porém, o local pouco serviu aos primeiros proprietários, que logo se mudaram para Paris, em 1894. Neste mesmo ano, devido à instabilidade da nova forma de governo, as tropas da Revolta Armada, movimento militar de oposição ao governo do Marechal Floriano Peixoto, tentaram conquistar Niterói, a então capital do Rio de Janeiro. Por esta razão, a capital foi transferida para Petrópolis.

Foto: Casamento de Hermes da Fonseca e Nair de Teffé (Acervo Estadão)
Foto: Casamento de Hermes da Fonseca e Nair de Teffé (Acervo Estadão)

Junto com o Palácio do Catete, dividiu o papel de sede oficial do governo da República por mais de seis décadas, sendo palco de muitas reuniões que resultaram em acordos e tomadas de decisão, como a promulgação do AI-5, que teria ocorrido lá, pois houve uma reunião no Palácio com o ministério antes de sua efetivação; além da fundação de FURNAS, no governo JK; e o casamento de Nair de Teffé, primeira cartunista mulher do Brasil, com o presidente Hermes da Fonseca.

Petrópolis foi capital do Estado até 1903, quando retornou para Niterói, sob o governo de Quintino Bocaiúva.  Neste mesmo ano, o Palácio se tornou residência de verão dos presidentes, que, assim como na época do Império, tinham o hábito de veranear na Serra.

Rodrigues Alves foi o primeiro presidente a se hospedar lá, iniciando uma tradição que seria seguida por seus sucessores. Desde então, Afonso Pena, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca, Wenceslau Brás, Epitácio Pessoa, Artur Bernardes, Washington Luiz, Getúlio Vargas, Eurico Gaspar Dutra, Café Filho, Juscelino Kubitschek, João Goulart e Arthur da Costa e Silva passaram pelo local. Destes, Getúlio foi o que mais veio à Petrópolis.

Somente quando Juscelino transferiu a capital para Brasília, devido à distância entre a nova capital e Petrópolis, foi selado o fim do veraneio no município. Em 1975, o então presidente Ernesto Geisel lá instala a 1ª Brigada de Infantaria Motorizada, que permaneceria até 1991. Após a saída da Brigada, o lugar foi cedido ao Estado do Rio de Janeiro, que por sua vez, cedeu à Prefeitura de Petrópolis, que funcionou no Palácio até o fim de 2005, saindo de lá com uma ação do Ministério Público, junto com o IPHAN (atual IBRAM), devolvendo-o à administração do governo federal.

Contudo, a tradição de veraneio é retomada em 1996, com o presidente Fernando Henrique Cardoso, que veio duas vezes à cidade, mas só pernoitou no Palácio numa delas. E anos mais tarde, o presidente Lula também viria a desfrutar das dependências do Rio Negro. O local ainda mantém a tradição de residência de veraneio da presidência da República e, sempre que solicitado, vai hospedar o chefe da nação. Porém, até o momento, não se tem notícias de uma eventual vinda da presidente Dilma ao Palácio.

Sobre o Museu

O Museu Palácio Rio Negro é um museu federal do Ibram, onde também se encontra o Museu da FEB (Força Expedicionária Brasileira), que conta a história dos petropolitanos que lutaram na Europa durante a Segunda Guerra Mundial.

A visitação do Palácio ocorre de terça a domingo, das 10h às 17h. A visitação e todas as atividades são gratuitas. Também existe a opção de visitas mediadas, com horário marcado, para escolas e grupos. O jardim é aberto de terça a domingo para caminhadas, leitura, relaxamento, descanso, meditação, passeio, bate-papo etc.

Durante a visitação, pode-se ver os espaços e as dependências usadas pelos presidentes e conhecer um pouco da história da República e de Petrópolis. No momento, a Petrobrás está financiando uma obra de requalificação elétrica, que resolverá alguns problemas estruturais do Palácio.

Marianne Wilbert

Jornalista, pós-graduada em mídias digitais.
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