Para driblar a crise a ainda aproveitar esse clima quente do verão em pleno outono, muitos lojistas da cidade, que já foi símbolo do setor têxtil, decidiram “atrasar” a coleção de outono/inverno, e continuam dando visibilidade às peças que compuseram a coleção primavera/verão. A intenção é queimar o estoque e aproveitar que os dias mais frios ainda não chegaram.
E quem acha que os consumidores estão achando ruim se engana. Isso porque enquanto a coleção não é renovada, as peças “antigas” passaram a fazer parte dos bazares e liquidações realizadas nas lojas. De acordo com o empresário Breno Madeira, que tem uma loja de roupas em um shopping na Dezesseis de Março, a decisão de segurar o lançamento da nova coleção foi baseada no cenário econômico atual e no calorão que continua fazendo. Isso porque as roupas de outono/inverno normalmente são mais caras, e por isso provavelmente não seriam vendidas de forma satisfatória no início do outono.
“Apresentar roupas de inverno, em dias que ainda estão fazendo muito calor, com preços naturalmente mais altos do que as da coleção anterior acaba sendo contraditório. Ainda mais em um momento em que as pessoas estão poupando e consumindo apenas o necessário. A intenção é fazer justamente com que as peças da coleção nova virem uma necessidade, e não se tornem apenas mais uma compra. Enquanto isso, os clientes têm a oportunidade de adquirir peças com até 70% de desconto, que poderão ser usadas ainda esse ano, já que o calor parece que chegou para ficar”, avaliou Breno. O empresário afirmou ainda que a medida funcionou muito bem, e que as roupas de outono/inverno da loja serão apresentadas no início do mês de maio.
