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Educação

Biblioteca Municipal conta com acervo raro de Alceu Amoroso Lima

Lá pela segunda metade da década de 1970, o escritor, filósofo e crítico literário Alceu Amoroso Lima saía de sua casa de veraneio na Mosela e seguia para a Biblioteca Gabriela Mistral com caixas e mais caixas de livros para serem doados. Os exemplares eram incluídos normalmente no acervo e, ao longo do tempo, se misturaram aos 150 mil volumes que a biblioteca possui hoje. Durante o trabalho rotineiro no local, funcionários da biblioteca começaram a notar que alguns livros eram especiais e raros. As primeiras páginas traziam dedicatórias ao filósofo, algumas de escritores, atualmente famosos, como Darcy Ribeiro.

Foi assim que recentemente se descobriu um acervo que pertencia a Alceu Amoroso Lima. Os exemplares estão sendo separados e incluídos no setor do Acervo Histórico. Mas o trabalho é constante e ainda é possível que existam dezenas de livros espalhados pelo acervo da biblioteca que pertenciam ao escritor. Por mês, ele – muitas vezes pessoalmente, doava cerca de 100 livros à Biblioteca Municipal. O mesmo costume tinha diversas outras personalidades, como os escritores Stefan Zweig e Josué Montello.

“Durante o nosso trabalho, a gente se depara com essas raridades. Agora, estamos reunindo esses volumes. É um trabalho de formiguinha, todos os dias. No caso do Alceu Amoroso Lima, que hoje a gente sabe que era um pensador muito importante, que contribuiu muito para a história política e cultural do país, ele era do Rio de Janeiro, mas tinha uma casa em Petrópolis e costumava passar alguns dias aqui. E ele, como crítico literário, recebia centenas de livros de autores que estavam começando, mas que hoje são famosos, como Darcy e Berta Ribeiro. Esses livros a gente encontra em qualquer lugar, mas esses aqui são raros porque neles contem dedicatórias”, explica a gerente da biblioteca, Maria Luísa Rocha Melo.

A Biblioteca Municipal tem um grande acervo de livros raros e sua importância é reconhecida internacionalmente. Na unidade estão também fotografias, livros pessoais e obras do austríaco Stefan Zweig, por exemplo, – volumes também doados pessoalmente pelo escritor – e até mesmo os atestados de óbito dele e de sua mulher, todos originais. Os volumes do acervo raro não podem ser manuseados pelo público e, por isso, recentemente, a biblioteca começou um trabalho de disponibilizar as obras on-line. Entre as que já podem ser conferidas na internet está o livro Algumas reflexões sobre a philosophia de Farias Brito, de Jackson de Figueiredo, do ano de 1916. Todo setor de obras raras atualmente passa por um inventariado.

A Biblioteca Municipal é considerada a terceira mais importante do estado. Ela foi construída em 1871 e no início era a biblioteca da Câmara Municipal. A unidade fica aberta de segunda a sexta-feira, de 8h às 18h. O espaço é administrado pelo Instituto Municipal de Cultura e Esportes e fica no Centro de Cultura Raul de Leoni, no Centro. Dos seus 150 mil volumes, 95 mil livros já estão catalogados no site bibliotecamunicipal.petropolis.rj.gov.br.

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