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Cultura & Lazer

‘Conchambranças de Quaderna’ alegra público petropolitano

 

Leonardo Brício arrancou risadas da plateia como Quaderna (Foto: Isabella Vilela)

Na última sexta-feira, a peça ‘As Conchambranças de Quaderna’ foi uma das principais atrações do Festival de Inverno Sesc Rio em Petrópolis. O espetáculo, com duração de uma hora e meia, é uma comédia nordestina de costumes. São apresentadas duas histórias diferentes ligadas pelo mesmo narrador – Quaderna, personagem que Leonardo Brício interpreta com maestria. O texto de Ariano Suassuna foi adaptado pela diretora Inez Viana, que, ao ser convidada para dirigir uma peça no FITA (Festa Internacional de Teatro de Angra), pediu um texto ao escritor.

Neste espetáculo, com exceção de Leonardo Brício, todos os outros oito atores interpretam dois papeis. Para Débora Lamm, entrevistada pelo Acontece em Petrópolis, é uma desafio a mais. “O fato de fazer dois personagens é interessante, existe o cuidado de cada personagem ser diferente do outro”, conta. Foi Débora quem sugeriu o nome de Brício para o papel principal, pois ele já tinha montado Suassuna anteriormente. “Eu sabia que ele seria muito feliz fazendo essa peça. E ele interpreta lindamente.”, comenta a atriz, se derramando em elogios ao colega.

Conchambranças é uma palavra que não existe, é uma licença poética de conchamblanças, que significa conchavo, lembrança. E é exatamente isso que se vê na peça: traições, apostas, amor. “A forma como é contada a historia é muito interessante. Tem uma pseudomocinha, um pseudobandido, mas é o público que decide em quem acreditar”, revela Débora que faz Mercedez, uma menina que está noiva, mas no dia do casamento acaba trocando de noivo com a irmã. Na segunda parte da história, ela é Carmelita, uma mulher fogosa que tem um caso com uma homem casado.

A peça traz ainda elementos atrativos, como o acompanhamento de violino e violoncelo, e o cenário, que além de ter ao fundo bandeiras de estados nordestinos e representações de desenhos de Ariano Suassuna, conta com algumas grandes telas que passam pelo palco para tirar ou colocar alguém em cena. De acordo com Débora, essa foi uma escolha do cenógrafo, juntamente com a direção, para dar velocidade e originalidade. Esse é um elemento cênico chave, tornando a entrada e saída dos personagens engraçada, devido à rapidez com que é feita.

Com atuações certeiras, uma direção primorosa e texto ágil, com conotações sexuais hilárias, “As Conchambranças de Quaderna” teve uma ótima receptividade. Afinal, são historias de fácil assimilação para o público, como um caso de que já se ouviu falar. Para se ter uma ideia, uma delas foi uma piada feita pelo autor sobre uma nota de jornal.

A peça estreou em novembro no Rio de Janeiro e pretende viajar o Brasil, principalmente o Nordeste, onde a identificação com o texto é ainda maior. Por cada cidade onde “Conchambranças…” passa há sempre a ansiedade, a preocupação que tudo dê certo. “Sempre que viajamos, temos que repassar o texto, fazer os ajustes de luz. (…) Antes de entrar fazemos uma roda, falamos coisas importantes de serem ditas naquele momento”, revela Débora, que em setembro estreia o seriado ‘Tudo junto e misturado’ na rede Globo. Em novembro, a atriz lançará o filme ‘Muita calma nessa hora’, de Bruno Mazzeo.

Essa peça, que já ganhou o prêmio Myriam Muniz e tem duas indicações ao prêmio Shell – melhor direção (Inez Viana) e melhor música (Marcelo Alonso Neves) – ganhou o público petropolitano, que saiu do teatro sorrindo, comentando as maravilhosas cenas que tinha acabado de assistir.

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