Foto: Aline Rickly
No último dia 20 de junho, aconteceu na Casa de Cláudio de Souza, uma homenagem ao desenhista brasileiro José Menezes, por sua contribuição não somente à área dos quadrinhos, mas à cultura brasileira como um todo. A homenagem foi feita pelo artista plástico petropolitano Francisco Marques, proprietário e professor da escola de artes Graph-it.
Na ocasião, Francisco relembrou a história dos desenhos em quadrinhos, desde que surgiu até os dias atuais. “No início do século XX, os quadrinhos ficaram na área do entretenimento de massa. A partir de 1900 começaram a abraçar de vez essa área do entretenimento”. Ele relembrou, ainda, personagens que marcaram épocas como a Lamparina de José Carlos e o Bolão e Azeitona de Luiz de Sá. “A Lamparina tinha uma qualidade absurda para a época. O J. Carlos era um sambista e boêmio que, em toda a vida, publicou mais de 100 mil ilustrações. Ele era dinâmico, talentoso e foi o primeiro a desenhar os personagens da Disney, além de ter sido o criador da Melindrosa”, contou.
O homenageado José Menezes falou sobre seus 60 anos dedicados aos quadrinhos. “Eu apenas cumpri minha obrigação como desenhista. A arte é uma coisa bonita, mas efêmera e pouco considerada no meio da comunicação. Ela é rápida, fugaz”, disse. Ele contou, também que trabalhou muitas vezes emendando o dia com a noite. “Tive momentos de muita satisfação”. Para os novos desenhistas ele dá um conselho. “Façam com muita garra! Se dediquem com amor. Se vocês têm sonhos, concretizem. Não há nada mais agradável do que fazer o que gosta”, declarou.
Menezes ficou popular com seus trabalhos para a editora RGE. Nos anos 1970, integrou a equipe da revista Kung Fu, da editora Ebal, sob o pseudônimo de Joe Sesenem. Já na década de 1980, foi responsável pelo material nacional para a linha de revistas “He-Man”, da editora Abril.
Esta é a quarta palestra do projeto “Arte Brasil – um giro pela nossa trajetória artística”, que tem coordenação da artista plástica Graça Pimentel. O ciclo é formado por palestras mensais gratuitas que, através de temáticas específicas, contam um pouco da História da Arte no Brasil. O objetivo do projeto é formar público e criar interesse, principalmente nos jovens, sobre Arte. As palestras apresentam-se como uma forma de motivar o conhecimento e informar o percurso da arte brasileira desde a vinda da família real portuguesa para o país. “A próxima acontece em agosto com a Bia Penna que vai falar sobre a vida e obra de Vick Muniz”, revelou.
