Publicidade Concer: Passarelas
Publicidade Concer: Passarelas
Colunas

[Psicologia ao seu alcance] Superando rompimentos amorosos

por Flávio Melo Ribeiro

Se o relacionamento era sério quando rompeu, independente de quem tomou a iniciativa para o término, ambos vão sofrer. Essa dor não é em virtude do passado, mas da falta de futuro, do vazio que se formou. Por mais que tenham ocorrências passadas que foram a causa do término, ela só vai incomodar quando a pessoa traz essa lembrança para as ações futuras e percebe que não esquecendo, elas sobreviverão como um fantasma. Uma vez definido o fim da relação o melhor é superá-la com equilíbrio. Vai haver muita reflexão para escapar das emoções que jogam o sujeito para baixo. A principal emoção é da tristeza e esta tem uma função: evitar que a pessoa vá para o mundo viver todas as suas possibilidades positivas, pois vivendo, corre-se um risco de encontrar outros parceiros, diversões e oportunidades que afastam do recém término. Algo que geralmente não se quer, pois ainda resta uma esperança de reconciliação, mesmo quando avalie que não mais dará certo.

Quando a emoção tristeza envolve a pessoa não é fácil escapar do desânimo. A tristeza, diferente da reflexão que é uma ação, inicia e termina em ato, ela é um estado, um estado emocional, e nesse estágio não se deixa emocionar pelo simples fato de não querer ficar triste. É fácil escapar de uma emoção superficial quando a pessoa toma como ponto de vista seu próprio EU, justamente porque se toma distância do que se está vivendo, passando-se a ter uma visão mais geral para a tomada de decisão. No estado emocional essa estratégia não é válida, mas é possível não alimentar a tristeza. Pois como toda emoção, ela tem um objeto. Quando se está triste se está triste por alguma coisa. E para manter essa emoção é necessário reflexões e imaginações cúmplices a essa tristeza. O mais comum nesses situações é escutar a música do casal e ficar relembrando os momentos bons, gerando uma saudade imensa, para em seguida relembrar com força o motivo do término e sentir culpa ou culpar o outro. Esse jogo não tem fim, a não ser que a pessoa se posicione para evitar: comece a pensar em outras coisas, busque novas atividades, etc. Geralmente, necessita-se algumas semanas para suprimir esses pensamentos cúmplices.

Outra atitude saudável é não lamentar o passado, pois essa atitude faz a pessoa avançar para o futuro olhando para trás, perdendo assim, oportunidades. Quando se deixa envolver pelo processo de lamentação, a pessoa chega ao cúmulo de lamentar ter conhecido o outro, como se toda crise tivesse apenas um algoz e o lamentador, a pura vítima. Toda crise tem aspecto de opressor e oprimido. Muitas vezes é a vítima que se deixa levar pelas circunstância, mesmo sabendo que no futuro ela irá se arrepender.

Só se estará aberto a um novo relacionamento quando o antigo não fizer mais parte do seu horizonte de possibilidade. Facilite, não lamente seu passado, nem alimente a tristeza. Mas também não o esqueça para não repetir os erros. O que expus nesse texto não permite preparar a pessoa para um novo relacionamento, apenas a ajuda a superar a dor do término. Para se preparar para um novo relacionamento leia o texto “No jardim das borboletas” aqui.

flavio melo ribeiroFlávio Melo Ribeiro é psicólogo, formado pela Universidade Federal de Santa Catarina em 1988, especialista na área clínica pelo Conselho Regional de Psicologia e especialista em Gestão de Empresa pela Universidade Federal de Santa Catarina. Atua como psicólogo clínico em seu consultório situado em Florianópolis – SC e presta consultoria às empresas na área de Gestão de Pessoas.

Botão Voltar ao topo
error: Favor não reproduzir o conteúdo do AeP sem autorização ([email protected]).