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Ambiente

Ossadas acumuladas há mais de 15 anos nos fundos do Cemitério Municipal são retiradas

Nesta última sexta-feira (25), mais de 20 mil ossadas jogadas em um terreno nos fundos do Cemitério Municipal começaram a ser retiradas. As ossadas estão acumuladas há mais de 15 anos de forma irregular e com danos ao meio ambiente. O serviço envolveu quase 20 pessoas, entre funcionários do próprio cemitério e também da Comdep. Eles usaram carrinhos de mão para levar os restos mortais, acomodados em sacos, até um contêiner de grande porte e de estrutura adequada.

“Um verdadeiro absurdo, desrespeito e falta de responsabilidade total dos antigos gestores. Estamos abrindo uma sindicância para apurar as responsabilidades e, emergencialmente, tomando ações pontuais para solucionar a situação”, afirmou o secretário de Serviços, Segurança e Ordem Pública (SSOP), Djalma Januzzi, pasta a qual está subordinada administração dos cemitérios da cidade.

A Secretaria de Serviços, Segurança e Ordem Pública contratou contêineres marítimos para acomodar as ossadas – a utilização desse equipamento serve para evitar qualquer tipo de vazamento ou perda de ossos. Essa estrutura vai ficar baseada no Cemitério de Itaipava.

O objetivo é licitar a cremação de 20 mil ossadas e tornar como norma este procedimento: incineração de ossadas e destinação final com segurança e adequação. No Cemitério Municipal, no Centro, o espaço utilizado pelo antigo Instituto Médico Legal (IML) vai ser adaptado para acondicionar as ossadas recentes.

“Vamos licitar no mais curto tempo possível para que o procedimento seja adotado em definitivo. Assim o contêiner será dispensado e as ossadas recentes terão o destino final adequado sem precisar de acomodação”, antecipou Januzzi. A prefeitura vai requerer um alvará judicial para a cremação e ainda revisar a legislação atual para contemplar essa ação.

O acúmulo das ossadas por quase duas décadas e o acondicionamento irregular, e prejudicial ao meio ambiente, culminou com uma imagem difícil de se imaginar: sacos de lixo jogados ribanceira abaixo. A quantidade é tão grande que a encosta nos fundos do cemitério chegou a ficar cheia até a altura do muro.

O relato da situação será remetido ao Ministério Público Estadual onde há inquérito instaurado desde a gestão passada.

Os restos humanos se acumularam porque a retirada dos ossos ocorre sempre após três anos do sepultamento em uma gaveta alugada. A família pode acompanhar a exumação ao fim desse prazo, caso contrário, o procedimento ocorre 48 horas após a data – todo esse trâmite é estabelecido em lei pelo Código de Posturas do município.

“A Secretaria de Meio Ambiente também fará uma avaliação do terreno, estabelecendo como pode ser feita a descontaminação e o reflorestamento da área. Ainda é cedo para darmos um exato diagnóstico da situação, mas toda a tentativa de recuperar a área será empreendida”, afirmou o secretário de Serviços Públicos.

O Cemitério Municipal foi inaugurado em 1856 e conta com oito mil covas, 2,5 mil gavetas e 1,5 mil covas rasas, sendo o maior da cidade. Ele fica localizado na Rua Fabrício de Mattos e funciona de 8h às 18h. Petrópolis ainda conta com outros seis cemitérios, em Itaipava, Secretário, Vale das Videiras, Brejal, Garibu e Quarteirão Worms.

O Cemitério Municipal vai receber uma força tarefa nos próximos dias com pintura, em que serão usados cinco mil quilos de cal, além de capina e roçada, remoção de lixo e entulho em todas as quadras. A Secretaria de Serviços também solicitou à Comdep a ampliação do número de funcionários para fazer conservação dos cemitérios. Atualmente, o local conta com 11 coveiros e mais 10 homens para cuidar de todo espaço.

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