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Educação

Fotógrafo promove evento sobre arte, memória e política nesta quarta

Nesta quarta-feira (29), uma projeção fotográfica de um dos maiores fotodocumentaristas do Brasil chega a Petrópolis. João Roberto Ripper tem um acervo de mais de 50 anos de trabalho, retratando situações de trabalho escravo, a vida no semi-árido e povos indígenas no Brasil. O fotógrafo tem passado por diversas cidades brasileiras, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e, agora, o Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH) promove uma projeção fotográfica seguida de debate, a partir das 18h. A entrada é gratuita.

Crédito: João Roberto Ripper

O fotógrafo, que já passou pelas redações dos jornais O Globo, Última Hora e Luta Democrática, chegou a fotografar enchentes em Petrópolis na década de 1980. Ripper dedicou sua carreira a fotografar pessoas negligenciadas, menos favorecidas no país, trazendo um lado da história que muitas vezes não é visto. A vida nas favelas, povos tradicionais, a luta por terra no interior, a convivência com o semi-árido no Nordeste, denúncias de trabalho escravo de adultos e crianças e muitos outros assuntos compõem o acervo de 140 mil fotogramas (parte analógica) e 20 terabytes de arquivo (parte digital). “Eu troquei a pena que eu já tive por admiração. A pena te deixa inerte. A admiração te leva a empurrar as pessoas para mil saídas para ajudar a transformar a realidade em que vivem. Por isso, eu não sou imparcial. Não acredito em outra forma de documentar que ajudar a melhorar a realidade”, disse.

O evento vai trazer uma mostra fotográfica comentada por Ripper e depois um debate sobre arte, memória e política. A programação contará com a participação da historiadora Rafane Paixão, que fez parte da Comissão Municipal da Verdade de Petrópolis. “O registro fotográfico, com a sensibilidade de Ripper, de populações invisibilizadas é um meio de luta para dar voz/imagem a um Brasil que não existe na história produzida pela elite. Tanto o trabalho da comissão quanto o trabalho de Ripper dialogam nesse sentido, dar visibilidade e voz a uma parte da sociedade ocultada historicamente”, explica a historiadora.

O evento também vai explicar o projeto de doação do acervo fotográfico de Ripper à Biblioteca Nacional e entidades e organizações que lutam por direitos humanos. O CDDH fica na Rua Monsenhor Bacelar – n°400, no Centro.

Campanha de financiamento coletivo busca recursos para doar acervo digital

Para fazer a doação do acervo digital, o fotógrafo está buscando recursos financeiros por meio de uma campanha de financiamento coletivo: o Bem Querer o Brasil. Os recursos serão usados para recuperação, organização e catalogação da parte digital do acervo, que corresponde aos últimos 15 anos de trabalho.

A campanha é feita por meio do site “Benfeitoria” e tem o prazo de dois meses para atingir a meta de R$ 35 mil. Há como contribuir com valores que vão desde R$ 15 até R$ 5 mil. Cada apoiador recebe uma recompensa de acordo com o valor contribuído, como cartões postais, fotografias e uma  vaga no workshop de Ripper.

Interessados em colaborar podem acessar o site benfeitoria.com/bemquererobrasil. Quem quiser conhecer mais do acervo de João R. Ripper, basta acessar o site imagenshumanas.photoshelter.com

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