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Ambiente

Documento do Inmet aponta que evento extremo de chuva em Petrópolis ocorreu em decorrência das novas variabilidades climáticas

Nos últimos meses, uma série de eventos climáticos extremos atingiu diversos estados brasileiros quase que de forma simultânea. De um lado, chuvas torrenciais provocaram tragédias em Petrópolis (RJ), na Bahia e em Minas Gerais. Do outro, uma seca histórica afetou centenas de localidades na Região Sul do país e, mais recentemente, em municípios de oito dos nove estados nordestinos.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) lançou um documento que traz informações sobre as variáveis meteorológicas dos últimos 30 anos. A ideia do instituto é proporcionar orientação, informação e assistência à comunidade científica, ao agronegócio e às instituições públicas e privadas nacionais e internacionais sobre o clima no Brasil.

“Um importante exemplo de aplicação das normais refere-se ao zoneamento agroclimático: ferramenta que possibilita implementar um determinado cultivo em uma dada região, considerando o risco climático da mesma”, explica o instituto.

A nova edição das Normais Climatológicas, disponível no site do Inmet, traz dados de 1º de janeiro de 1991 a 31 de dezembro de 2020 referentes a temperaturas médias, máximas e mínimas; umidade relativa e dados sobre as estações, dentre outros.

O documento também apresenta uma série de informações sobre chuvas. Dentre eles, o número de períodos do mês ou do ano com o maior número de dias sem chuva, bem como dados de precipitação acumulada em um mês ou em um ano.

Segundo os especialistas do Inmet, os eventos extremos de chuvas na Bahia e em Petrópolis, ocorridos entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022, bem como a onda de calor que marcou a Região Sul no mesmo período, aconteceram em decorrência das novas variabilidades climáticas. Por isso, argumentam, existe a necessidade de entrega de uma nova edição das Normais Climatológicas.

Ainda de acordo com eles, a intervenção humana é uma das causas mais prováveis de comportamento das variáveis meteorológicas e, consequentemente, das mudanças climáticas observadas.

Já dados da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) apontam que, somente em 2018, cerca de um milhão de brasileiros foram afetados pelas inundações e quase 43 milhões pela seca.

A concentração de todos esses fenômenos climáticos intensos em um curto período de tempo não é uma coincidência. É o que afirma Lincoln Alves, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Ele avalia que a seca, antes um fenômeno restrito a algumas localidades, agora tem sido percebida em todas as regiões do país.

“Antigamente, o problema da seca estava relacionado com determinadas regiões do país, como no interior do Nordeste. Porém, nas últimas décadas, o que temos visto é a ocorrência de secas em todas as demais regiões do país. Mesmo a Região Amazônica, que é rica do ponto de vista de água, tem experimentado redução da precipitação, reduzindo a vazão de rios, afetando a pesca e ficando mais vulnerável às queimadas. Todas as regiões já têm esse sinal da mudança do clima”, explica.

Os dados históricos de precipitação dos últimos 40 anos, segundo o Inpe, revelam justamente que o número de períodos secos tem aumentado em grande parte do país, em particular nas regiões Centro-Oeste, sudeste da Amazônia e no Sudeste.

Fonte: Agência Brasil

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