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Cultura & Lazer

Pinturas de Tomás Santa Rosa no Quitandinha começam a ser restauradas

A exposição “Da Kutanda ao Quitandinha – 80 anos”, em cartaz até 25 de fevereiro de 2024 no Centro Cultural Sesc Quitandinha, iniciou o restauro da pintura atribuída ao artista Tomás Santa Rosa (1909-1956), nos biombos que estão na Galeria da Fonte e no Café Concerto.

As restauradoras Luciana Lopes e Poliana Reis, da Imperial Cia. de Restauro, inicialmente fazem uma janela de prospecção – raspam minuciosamente um retângulo de 1m x 4m de área da pintura, para verificar seu estado e suas características. O trabalho será acompanhado pelo Inepac (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural).

Aos sábados e domingos, das 10h às 16h, o público poderá acompanhar o trabalho de restauro.

O múltiplo artista Tomás Santa Rosa tem um destaque especial na exposição “Da Kutanda ao Quitandinha – 80 anos”,com curadoria do historiador Bruno Pinheiro e do curador geral Marcelo Campos, onde as novas gerações podem conhecer sua importância como pintor, desenhista, muralista, cenógrafo, figurinista, ilustrador e autor de capas de edições históricas de Jorge Amado, Graciliano Ramos, Manuel Bandeira, entre outros. Considerado o “pai da cenografia moderna”, e também do “design gráfico”, seus trabalhos estão expostos no Salão Social, Piscina, Galeria das Estrelas, Gaiola e Jardim de Inverno.

Autor dos murais da piscina e do café concerto, e da pintura decorativa de biombos, Tomás Santa Rosa nasceu em João Pessoa (então Cidade da Parayba), e foi o primeiro a sobreviver à primeira infância, dos quatro primeiros filhos do casal de alfaiate e dona de casa. Aos vinte anos, autor de poemas e desenhos, convivia com os grandes escritores que moravam na cidade: Raquel de Queiroz e José Lins do Rego. Chegou ao Rio de Janeiro aos 23 anos, e em 1938, Santa Rosa fundou a companhia teatral Os Comediantes, junto com Luiza Barreto Leite e Jorge Castro, que em 1943 revolucionou o teatro brasileiro com a montagem de “Vestido de Noiva”, de Nelson Rodrigues, e direção de Ziembinski (1908-1978). A inventiva cenografia do espetáculo – chamada de arquitetura cênica – feita por Santa Rosa foi um dos elementos marcantes do espetáculo. Em torno do espaço Gaiola, no Centro Cultural Sesc Quitandinha, o público pode ver seus primorosos croquis e maquetes das encenações teatrais.

No suntuoso Salão Social, estão as pinturas e desenhos de Santa Rosa, e ainda as capas e ilustrações de edições históricas de grandes autores brasileiros. Bruno Pinheiro salienta que “Santa Rosa foi fundador do design moderno de livros”. De 1933 a 1956 foi o principal capista da editora José Olympio, em mais de 200 livros. Exemplos são “Caetés” (1933), de Graciliano Ramos, e “Cacau” (1934), de Jorge Amado.

No Quitandinha, Santa Rosa tem uma participação importante ao criar em 1944 o mural da piscina, alusivo a “Vinte mil léguas submarinas”, de Júlio Verne.

Galeria das Estrelas foi transformada em um trecho da Avenida Rio Branco, no Centro do Rio, onde o público pode apreciar seus croquis e as reproduções da decoração do carnaval carioca em 1954, criada por Santa Rosa, quando os motivos carnavalescos – músicos, baianas, foliões – foram espalhados pela cidade.

Serviço

Endereço: Avenida Joaquim Rolla, nº 2 – Quitandinha

Terça a domingo, e feriados, das 10h às 17h (conclusão do itinerário até as 18h)

Visitas guiadas: terça a domingo (e feriados), das 10h às 16h30 (conclusão do itinerário até as 18h)

Visitação ao entorno do Lago Quitandinha: terça a domingo (e feriados), das 9h às 17h

Entrada gratuita.

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