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Coluna Literária

[Coluna literária] “Assassinatos na Rua Morgue” – Edgar Allan Poe

Para quem sempre teve vontade de ler Edgar Allan Poe, mas não sabia por onde começar, “Assassinatos na Rua Morgue” é uma boa opção para se familiarizar com o autor. No livro, são apresentados seis contos: O demônio da perversidade, Hop-Frog, Os fatos que envolveram o caso de Mr Valdemar, O gato preto, Nunca aposte sua cabeça com o diabo e os Assassinatos na rua Morgue.

Em alguns contos, como em “O demônio da perversidade” e “O gato preto”, o narrador discorre sobre a frenologia (*ciência que trata das funções atribuídas a cada parte do cérebro, onde o cérebro é o ponto onde chegam todas as sensações, e de onde partem todas as manifestações das faculdades intelectuais e morais, cada uma das faculdades primitivas deve ter aí seu órgão especial) para explicar sua perversidade e consequentemente, seus atos. O interessante é notar a linha de raciocínio complexa dos personagens para tentar justificar logicamente seus atos atrozes, criando um certo suspense até que eles finalmente narrem o que fizeram.

Já “Hop-Frog” lembra um outro conto de sua autoria, “A máscara da Morte Rubra” (presente em A carta roubada), por se passar numa festa promovida para a classe abastada e com o intuito de assustá-los. É um bom conto!

Contudo, desta compilação, meu conto preferido foi “Os fatos que envolveram o caso de Mr Valdemar” por trazer o melhor de Poe: pensar no inimaginável e desta forma dar o toque de horror que tanto gostamos em suas histórias. No caso, o conto é sobre a hipnose de um moribundo.

Finalizando com o conto que leva o nome do livro, “Assassinatos na Rua Morgue”, é impossível não notar os elementos que mais tarde influenciariam as famosas histórias de Sherlock Holmes, de Artur Conan Doyle, pois se trata de dois assassinatos, aparentemente inexplicáveis, mas que através de um exame minucioso de pequenos detalhes são concluídos. Embora a justificativa não seja incrível, surpreende por ser impensável e ao meu ver, é justamente isso que admiramos tanto nas histórias de Allan Poe, não?

 

*Fonte: Espírito.org.br

Marianne Wilbert

Jornalista, pós-graduada em mídias digitais.
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