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Coluna Literária

[Coluna literária] “O hipnotista” e “O pesadelo” – Lars Kepler

Comecei a prestar atenção na literatura sueca depois da sensacional trilogia Millennium, de Stieg Larsson, que inclusive foi adaptada para o cinema, mas a versão americana, até o momento, só lançou “Os homens que não amavam as mulheres”, com Daniel Craig. Seguindo essa linha suspense / policial, um grande achado foi  Lars Kepler, pseudônimo usado pelo casal Ahndoril, e seu personagem cativante, o detetive Joona Linna.

No primeiro livro lançado pelo casal, “O hipnotista”, o massacre de uma família nos arredores de Estocolmo abala a polícia sueca. Os homicídios chamam a atenção do detetive Joona Linna, que exige investigar os assassinatos. O criminoso ainda está foragido, e há somente uma testemunha: o filho de 15 anos, que sobreviveu ao ataque. Quem cometeu os crimes o queria morto: ele recebeu mais de cem facadas e está em estado de choque. Desesperado por informações, Linna só vê uma saída: hipnose. Ele convence o Dr. Erik Maria Bark – especialista em pacientes psicologicamente traumatizados – a hipnotizar o garoto, na esperança de descobrir o assassino através das memórias da vítima. É o tipo de trabalho que Bark jurara nunca mais fazer: eticamente questionável e psicologicamente danoso. Quando ele quebra a promessa e hipnotiza o garoto, uma longa e aterrorizante sequência de acontecimentos tem início.

Essa obra é um dos melhores exemplos de reviravolta que já tive o prazer de ler, porque você passa uma boa parte acreditando que a história se trata de uma coisa e ela se torna outra completamente diferente. São 477 páginas hipnotizantes (sem trocadilhos) que te deixam tenso, apreensivo e surpreso!

Já em “O pesadelo”, a polícia descobre o corpo de uma jovem dentro uma lancha à deriva no arquipélago de Estocolmo. Seus pulmões estão cheios d’água e os médicos legistas afirmam que ela morreu afogada. No entanto, o barco está em perfeito estado e o corpo e as roupas da mulher estão secos. No dia seguinte, um alto funcionário do governo sueco aparece enforcado em seu apartamento. Ele flutua no ar enquanto uma enigmática música de violino ressoa por todo o ambiente. Tudo indica que foi suicídio, mas o salão tem pé-direito alto e não há nenhum móvel em volta no qual ele possa ter subido. Encarregado de desvendar os dois mistérios, o detetive Joona Linna tenta estabelecer um vínculo entre esses acontecimentos que, à primeira vista, não têm relação.

Em comparação ao primeiro romance, a história não prende tanto, talvez, por se tratar de questões que envolvam o grande investimento em exportação de armas. Porém, eles acertam com as motivações pelas quais cada personagem foi levado a aceitar tal acordo (o fio condutor da história) e desta forma, contar um pouquinho da vida de cada um. Além disso, não deixa de ser uma forma para chamar a nossa atenção para as consequências do investimento massivo em armas.

Marianne Wilbert

Jornalista, pós-graduada em mídias digitais.
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