Publicidade Concer: Passarelas
Publicidade Concer: Passarelas
Coluna Literária

[Poesia] Um estrela e estrala o outro – Matheus José Mineiro

Um estrela e estrala o outro

A partir de então meus olhos são dois telescópios castanhos te avistando

cometa que orbita o estrelário da minha  pupila.

Fotografia debaixo dos cílios.

passo a te medir com sextantes lúmens e volts .

satélites sondas espaciais da NASA sequer  lunetas

não conseguem captar a estrela que gira a galáxia castanha da sua retina.

todos os sismógrafos e placas tectônicas se agitam quando a gente se abraça.

todos barômetros enlouquecem quando chove dentro da gente.

O ganso e a hélice da usina eólica  decolam quando a gente passa.

Tens os mesmos traços de um poema

 nave de igreja barroca

que deixa meus cupins estupefatos  atônitos e encantados.

haste de jurema terapia mousse bolo tonel de umburana da minha cachaça

lareira e meia de crochê

quando anoiteço

risca arisca  relâmpagos e  trovoadas no céu da boca.

Se a palavra despenca da voz como queda de andaimes

blocos de ardósia

sua frase cai dentro do meu ouvido

rio negro mergulhando no boto rosa

chuviscos escalando as parabólicas

líquens de encontro ao tronco do meu angico

Poema que me pega pelo braço e me leva para um sítio dentro da palavra sossego

Onde sobra eucalipto

para alimentar a caldeira da usina de açúcar e álcool

instalada nas cavidades do corpo da gente.

Matheus José Mineiro é autor do livro “A Cachoeira do Poema Na Fazenda do Seu Astral” e dos fanzines  Apologia Poética artesanalmente, Alcoologia Poetica, Mais Um Cadim de Poesia Aí, Ô Trem Bão Poesia Com Limão e Costelinha com Quiabo e Poesia (www.apologiapoetica.blogspot.com.br).

Botão Voltar ao topo
error: Favor não reproduzir o conteúdo do AeP sem autorização ([email protected]).