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Política

Profissionais da saúde debatem sobre portas de entrada de urgência e emergência

Foto: José Paulo

No início da semana, profissionais da área de saúde, servidores e o Ministério Público Estadual se reuniram na Câmara Municipal para a audiência pública “Portas de Entrada de Urgência e Emergência do SUS Municipal“ que debateu os serviços de atendimento inicial do Sistema Único de Saúde (SUS).

A audiência foi proposta e mediada pelo vereador Silmar Fortes, presidente da Comissão em Defesa da Saúde, e teve como objetivo fazer um diagnóstico das portas de entrada do Sistema de Urgência e Emergência do SUS. Em Petrópolis há sete portas de entrada: UPA Centro, UPA Cascatinha, Hospital Municipal Nelson de Sá Earp (HMNSE), Pronto Socorro Leônidas Sampaio, Hospital Alcides Carneiro (HAC), Unidade Básica de Saúde e Serviço de Pronto Atendimento 24h Dr. Jorge Chimelli (Pedro do Rio) e Posto de Saúde 24h da Posse.

A enfermeira e assessora da Comissão em Defesa da Saúde, Daniela Lima, apresentou dados registrados nas unidades de saúde do município. Entre os indicativos estavam a classificação de risco, tempo médio e máximo de permanência dos pacientes, profissionais existentes nas unidades e logística de atendimento.

Filipe Furtuna de Souza, gerente de enfermagem do Hospital Santa Teresa, e Márcio Pacheco Bastos, coordenador de enfermagem, falaram sobre os atendimentos realizados na unidade, que recebe pacientes levados pelo Corpo de Bombeiros e Concer. O HST acolhe também casos que necessitem de cirurgia cardíaca, ortopédica e de alta complexidade, encaminhados pela UPA Cascatinha e Hospital Municipal Nelson de Sá Earp. Os representantes da unidade revelaram que o grande número de acidentados recebidos no hospital traz transtorno no gerenciamento das intervenções, pois nestas situações as cirurgias eletivas são reagendadas.

Carla Mastropasqua, coord. médica do SAMU Região Serrana,  abordou a atuação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência no município. “Estamos iniciando um processo, pois atuamos há apenas um ano na cidade, e ainda observamos falta de informação de como o SAMU funciona. Temos um atendimento na unidade reguladora onde um médico vai constatar se há a necessidade da ambulância. Caso não seja necessária, este profissional vai aconselhar o solicitante a procurar um ambulatório. Muitas vezes a ambulância é solicitada em casos banais, por isso a filtragem é fundamental. Em outros casos observamos na regulação que não há vagas nas unidades de saúde e, portanto, não podemos ficar com o paciente dentro da ambulância circulando na cidade, aguardando que surja uma vaga.”

Paulo Henrique de Almeida Rodrigues, professor adjunto da UERJ, ressaltou que as questões são graves, mas que é possível encontrar soluções. “Sabemos que há condições de resolver, pois temos gente capacitada para isso no município, mas é necessário que se queira resolver, precisamos que o poder público exerça seu papel em Petrópolis e no Brasil. É um problema de gestão, não de falta de recursos, já que temos sete unidades que fazem entre urgência e emergência. Temos várias medidas que podem ser tomadas, estamos diante de um quadro onde é possível solucionar os problemas se houver trabalho de organizar, planejar e racionalizar os meios.”

Vanessa Katz, promotora de Justiça do Ministério Público Estadual, destacou as ações desempenhadas pelo órgão. “O Ministério Público tem se dedicado a atuar no fomento à organização da rede de assistência à saúde. O que buscamos no nosso dia a dia é fazer um diagnóstico do que está acontecendo na prática. Dispomos de um corpo médico competente pra nos auxiliar, para que possamos aplicar as normativas do Ministério da Saúde.”

Silmar Fortes encerrou a audiência propondo novos encontros para que se volte a discutir o tema. “Vamos fazer um passo a passo. Ficou clara a necessidade da continuidade destes encontros. Vamos agendar pelo menos mais três audiências para discutir atenção básica, a média e alta complexidade e demais assuntos inerentes ao tema. Há muito a se debater, como por exemplo, a reabilitação. Os casos de trauma registrados no Hospital Santa Teresa, para onde são encaminhadas essas pessoas? Qual o custo disso? Por isso sugeri que pudéssemos dar seguimento a essa discussão”, concluiu.

Participaram ainda do encontro Viviane Marques da Silva Neves (fonoaudióloga – CREFONO – Conselho Regional de Fonoaudiologia), Michele Cirino (Coord. Administrativa do SAMU Região Serrana), Claudia Filgueiras (Responsável pelo Pronto-Atendimento da Posse), Carla Kling dos Reis (Apoiadora do Departamento de Atenção Básica), Adriana Duringer Jacques (Coordenadora de Programas de Saúde– Secretaria Municipal de Saúde de Petrópolis), Renan de Souza e Silva (Diretor Administrativo da Cruz Vermelha – Filial RJ) e Suzana Maria de Lima Matos (Responsável Administrativa Serviço de Pronto Atendimento de Pedro do Rio).

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