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Política

CPI da CPTrans: agente de trânsito confirma pressão para aplicação de multas

Em depoimento prestado à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada na Câmara de Vereadores para apurar denúncias de irregularidades na Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans),  uma agente de trânsito  confirmou que existem orientações dentro da Companhia para a aplicação de multas sumárias, sem advertência ou qualquer tipo de aviso ao motorista infrator. A CPI foi instaurada mês passado com base em denúncias apresentadas pelos próprios funcionários. Eles relatam problemas na infraestrutura para o desempenho das funções, casos de assédio moral, e também a adoção de medidas que podem estar lesando a população, como práticas irregulares na aplicação de multas. Informações passadas pelos agentes da CPtrans durante reunião com vereadores no mês passado, dão conta de um aumento de quase 2.000% no número de multas aplicadas nos últimos meses.

“Percebo que existe sim uma intenção de aumentarem as multas. Existe uma pressão dentro da Companhia para que haja menos tolerância. Os agentes recebem orientações do chefe de patrulhamento para que façam rondas em seus setores e multem todo mundo. Eu, por exemplo, recebi uma ordem para aplicar a ‘tolerância zero’ na Rua Floriano Peixoto”, conta a agente, que é concursada e está na CPtrans há 16 anos. “Antes éramos instruídos a orientar os motoristas, colocar adesivos de advertência”, lembra. As declarações foram  feitas durante a segunda reunião da Comissão.

Pela primeira vez na história do legislativo, a reunião da CPI foi transmitida em tempo real via internet, pelo site da Câmara Municipal de Petrópolis, e pela televisão (canal 98). “Tanto a reunião da CPI da CPTrans, quanto da CPI da Educação, realizada semana passada,  vêm acontecendo no plenário da casa e são abertas ao público. A Câmara entende que se tratam de assuntos de interesse da população, por isso é importante que todos possam acompanhar o andamento dos trabalhos. Para dar mais transparência e permitir que as pessoas que não podem vir ao plenário também acompanhem as investigações, decidimos fazer a transmissão”, explica o presidente da Câmara de Vereadores, Paulo Igor.

A agente foi a primeira de um total de cinco servidores convocados a prestar  depoimento à CPI da CPtrans. Durante mais de uma hora e meia, ela respondeu aos questionamentos apresentados pelos vereadores Reinaldo Meirelles, Anderson Juliano, Silmar Fortes e Tiago Damaceno, que compõem a CPI.

“Nossa  intenção é analisar os depoimentos  e cruzar as  informações prestadas com as que contarem nos documentos já requisitados à CPTrans. Desta forma verificaremos o que está acontecendo de fato na companhia”, explica Meirelles. Além dos agentes, outras pessoas serão chamadas a depor.

A próxima reunião da CPI da CPTrans acontece na quarta-feira (15) às 14h.

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