“Fiz minhas anotações, vejam vocês, sobre do que é feita uma garota e como lançá-la no mundo. Todo mundo bebe. Todo mundo fuma. A Miki-Esponja-Berenyi é uma puta de uma mulher legal. Fingir até conseguir. Você conversa sobre sexo como se fosse um jogo. Você tem casos. Você não faz citações extraídas de musicais. Você faz tudo aquilo que os outros estão fazendo. Você fala coisas para ser ouvida, mais do que para estar certa. Você lamenta para as luzes dos postes, pensando que são o Sol”.
Aos 14 anos, Johanna Morrigan mora em Wolverhampton, junto com seus quatro irmãos, uma mãe depressiva e um pai que é um rockeiro que não deu certo, mas que ainda espera fazer muito sucesso um dia. Sem trabalho, vivem de benefícios do governo que mal pagam as contas, sempre vivendo no aperto. Ao ganhar um concurso de poesia, Johanna descobre seu talento como escritora e é convidada a participar de um programa de TV, onde passa vergonha ao imitar Scooby Doo.
Após esse episódio, Johanna decide se reinventar e se torna Dolly Wilde, uma rockeira gótica, “beberrona” e com uma intensa vida sexual. Tendo decidido que vai ganhar a vida escrevendo, deixa a escola para se dedicar ao seu trabalho como crítica numa revista de música, onde começa a conhecer os artistas, ir a festas e ganhar um bom dinheiro por cada artigo que destrói as bandas.
Levando uma vida de “sexo, drogas e rock n’ roll”, Dolly, com apenas 17 anos, vai descobrir que uma garota não é feita só de experiências e que nem sempre quem nos tornamos é quem realmente deveríamos ser. O caminho para a autodescoberta pode ser um pouco tortuoso, cheio de altos e baixos, mas faz parte do aprendizado.
“Não há academia onde aprender a ser você mesmo; não há gerente de seção, lentamente empurrando você para a resposta certa. Você é sua própria parteira, e vai trazer você à luz, repetidas vezes, em quartos escuros, sozinha”.
Se você gosta de livros como “Alta Fidelidade”, de Nicky Hornby, e filmes como “Quase Famosos”, definitivamente vai gostar de “Do que é feita uma garota”!
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[Coluna literária] “Diário de uma garota normal” – Phoebe Gloeckner
