“Às vezes um pensamento está mais próximo da verdade, da realidade, do que uma ação. Você pode dizer qualquer coisa, você pode fazer o que quiser, mas você não finge um pensamento.”
Jake e sua namorada estão juntos há pouco tempo e ele a convida para conhecer seus pais que moram numa fazenda. Durante a viagem, ela vai pensando nos motivos para terminar, enquanto trava diálogos filosóficos com ele, relembrando histórias de seu passado e sendo interrompida com ligações misteriosas em seu celular mas que são feitas de seu próprio número.
Os pais de Jake são receptivos, mas há algo estranho nesta família, principalmente nos modos de sua mãe, e na conversação durante o jantar. A casa muito limpa, mas em estado precário, um porão com desenhos estranhos, fotos com pessoas que não parecem ser da família… Com um clima angustiante, sabemos desde o início que há algo errado nesse cenário, mas não sabemos precisar muito bem o que é.
Além disso, a narrativa é intercalada por breves capítulos em itálico que indicam uma investigação de uma morte. Então, quase metade do livro é a ida até a fazenda e as conversas entre os dois, que são muito interessantes e reflexivas; a breve estadia na fazenda em si, e o caminho de volta para a casa com uma parada numa escola no meio do nada, que é aonde a tensão aumenta e cria-se um ambiente claustrofóbico e opressor.
E o final… Bom, pode-se dizer muitas coisas sobre o desfecho, menos que não é original e surpreendente.
Confesso que quando li na capa Charlie Kaufman dizendo que é “uma história engenhosa como um pesadelo, sobre a frágil mente de dois jovens amantes. Meu tipo de livro!”, fui facilmente convencida, até porque “Brilho eterno de uma mente sem lembranças” é meu tipo de filme.
Então, se você curte histórias diferentes e que te deixam pensando por um bom tempo após o término, esse definitivamente é o livro para você!
“Toda história é inventada. Até as reais.”
